Negócios

Mars considera aquisição da Kellanova por R$ 154 bilhões, afirma Reuters

Com aquisição, Mars pode expandir portfólio de snacks e aumentar presença global; fusão enfrenta possíveis barreiras regulatórias

De acordo com a Reuters, Mars está considerando a compra da Kellanova (William Hartz/Creative Commons)

De acordo com a Reuters, Mars está considerando a compra da Kellanova (William Hartz/Creative Commons)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 5 de agosto de 2024 às 10h16.

A Mars, uma das maiores empresas de alimentos embalados do mundo, está avaliando a compra da Kellanova, fabricante de produtos como Cheez-It e Pringles, em uma transação que pode alcançar US$ 27 bilhões (R$ 154 bilhões). A possível aquisição colocaria a Mars em uma posição ainda mais dominante no mercado de snacks, mas também deve enfrentar o escrutínio dos reguladores antitruste. A informação é da Reuters.

As ações da Kellanova, que se separou da WK Kellogg no final de 2023, valorizaram-se em cerca de 20% desde então. No entanto, a empresa ainda negocia com um desconto em relação a concorrentes como Hershey e Mondelez, o que a torna um alvo interessante para fusões e aquisições.

Embora a Mars esteja explorando a possibilidade de compra, não há garantias de que um acordo será fechado. Outras empresas podem entrar na disputa pela Kellanova, e existe a chance de que as negociações não avancem. Até agora, nem a Kellanova nem a Mars comentaram oficialmente sobre as discussões em curso.

O setor de alimentos embalados tem visto uma série de fusões e aquisições nos últimos anos, com empresas buscando crescer para enfrentar desafios como a inflação de preços e as mudanças nas preferências dos consumidores. Em 2023, por exemplo, a J.M. Smucker adquiriu a Hostess Brands por US$ 5,6 bilhões (R$ 32 bilhões), consolidando ainda mais o setor.

No entanto, grandes fusões têm sido menos comuns desde a união entre Heinz e Kraft, ocorrida há quase uma década. Os reguladores dos EUA têm demonstrado crescente preocupação com acordos que possam levar ao aumento dos preços e à redução das opções para os consumidores. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, os preços dos alimentos subiram 25% entre 2019 e 2023, uma alta maior do que a de outros bens e serviços.

Oposição à fusão

A Comissão Federal de Comércio dos EUA e o estado do Colorado já manifestaram oposição à fusão entre a Kroger e a Albertsons, no valor de US$ 25 bilhões (R$ 143 bilhões), argumentando que a consolidação prejudicaria os consumidores ao aumentar os preços. Caso concretizada, a compra da Kellanova seria a maior aquisição já realizada pela Mars, superando a compra da VCA, uma rede de hospitais veterinários, por US$ 9,1 bilhões (R$ 52 bilhões) em 2017. A Mars, com sede em McLean, Virgínia, é controlada pela família fundadora e tem buscado diversificar suas operações por meio de aquisições estratégicas. A empresa gera cerca de US$ 47 bilhões (R$ 269 bilhões) em vendas anuais e opera em três divisões principais: Mars Petcare, Mars Snacking e Mars Food & Nutrition.

A Kellanova produz uma ampla gama de produtos alimentícios em 21 países e os distribui em mais de 180 mercados ao redor do mundo. Desde sua separação da WK Kellogg, a Kellanova ficou com marcas populares como Pop-Tarts, Rice Krispies Treats e Morningstar Farms, além de uma divisão internacional de cereais. A WK Kellogg, que manteve o negócio de cereais na América do Norte, incluindo marcas como Kellogg's e Frosted Flakes, possui um valor de mercado de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,59 bilhões) e firmou um acordo de licenciamento com a Kellanova.

Acompanhe tudo sobre:Fusões e AquisiçõesIndústrias de alimentos

Mais de Negócios

Visando o público 45+, a Leve Saúde aposta em plano de saúde a preços mais acessíveis

10 franquias para investir com o prêmio da medalha das Olimpíadas 2024

Na cidade de inovação, eles criaram uma operadora de telefonia que supera as gigantes do setor

"A taxa de mortalidade de startups de IA será alta", afirma Eric Ries, de "A Startup Enxuta"

Mais na Exame