As ações da Marfrig registravam alta no pregão desta segunda-feira, apesar de a companhia ter informado que teve prejuízo líquido de R$ 138,6 milhões (Fabiano Accorsi/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2012 às 11h54.
São Paulo - O início de 2012 é "desafiador" no cenário externo para a indústria de alimentos Marfrig, com reflexo inclusive para os preços, afirmaram nesta segunda-feira executivos da companhia que é a segunda maior exportadora de carne bovina, suína e de aves do Brasil.
"Quanto à tendência deste início de ano, ele é desafiador, existe uma redução nas atividades de exportação, principalmente nos meses de janeiro e de fevereiro, com reflexo também nos preços, que se encontravam mais baixos no começo do ano", disse o diretor de Relações com Investidores, Ricardo Florence, em teleconferência para comentar os resultados do ano passado, divulgados na véspera.
No entanto, ele destacou que a perspectiva "é de recuperação gradual ao longo do ano" no mercado externo. "Só lembrando que nós tivemos no ano passado, no primeiro e segundo tri, trimestres com margens relativamente baixas... Então, apesar dessa tendência, temos comparações não tão difíceis dentro desse processo", acrescentou.
As ações da Marfrig registravam alta no pregão desta segunda-feira, apesar de a companhia ter informado que teve prejuízo líquido de 138,6 milhões de reais no quarto trimestre de 2011, ante lucro no mesmo período de 2010.
Apesar de dificuldades na Europa e Oriente Médio, a companhia observa um crescimento na Ásia, com impulso da China.
"A gente tem crescido bastante com a demanda para a Ásia, com a nossa plataforma dando suporte para esse crescimento, crescemos bastante na Ásia e diminuímos Europa", disse o presidente do Marfrig, Marcos Molina.
O mercado interno, por outro lado, continuará forte.
"Mercado interno a gente acredita em uma tendência de crescimento, especialmente em pratos prontos, crescimento acelerado", disse o presidente-executivo da Seara Alimentos, divisão de aves, suínos e processados do grupo, David Alan Palfenier.
BRF
A companhia afirmou que aguarda um pronunciamento do órgão de defesa da concorrência do Brasil (Cade) sobre a troca de ativos realizada com a Brasil Foods, e que espera finalizar o negócio até 1o de junho.
"A absorção das plantas se daria de forma gradativa, ao longo dos meses subsequentes do terceiro trimestre", disse Florence. "A integração das plantas vai se dar em junho, julho e agosto, finaliza em agosto", completou Molina.
O acordo envolve a permuta dos seguintes ativos da Brasil Foods para a Marfrig: oito centros de distribuição; uma planta industrial de suínos em Carambeí, por meio de contrato de arrendamento; e a totalidade da participação acionária detida pela Sadia (64,57 por cento) na Excelsior Alimentos, além de marcas várias marcas pertencentes à BRF.