Marfrig: a Marfrig fechou o primeiro trimestre de 2015 com dívida líquida de 10,73 bilhões de reais (Divulgação/Marfrig)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2015 às 12h31.
São Paulo - A Marfrig pretende usar "quase de forma integral" os cerca de 1,19 bilhão de dólares que vai receber à vista com a venda da unidade europeia Moy Park para reduzir sua dívida bruta, com considerável redução em indicadores de alavancagem, disseram executivos da companhia nesta segunda-feira.
A Marfrig anunciou no domingo que fechou contrato com a JBS, maior produtora de carnes do mundo, para a venda de sua unidade de frangos e alimentos processados na Europa.
O valor total do negócio ficou em aproximadamente 1,5 bilhão de dólares, incluindo 200 milhões de libras em dívidas da Moy Park que a JBS irá assumir.
"(O recurso) será usado substancialmente na redução da dívida bruta. Uma vez que o recurso deverá entrar entre o terceiro o quarto trimestre, é de se esperar que essa redução ocorra entre o final de 2015 e 2016", disse o diretor de Relações com Investidores empresa de alimentos, Marcelo Di Lorenzo, em teleconferência com analistas.
A Marfrig fechou o primeiro trimestre de 2015 com dívida líquida de 10,73 bilhões de reais.
Com a venda da Moy Park, o endividamento da companhia cairia cerca de 5 bilhões de reais, para 5,7 bilhões, tomando-se como base um câmbio de 3,10 reais por dólar e a dívida ao final do primeiro trimestre, segundo simulação feita pela companhia.
A relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), um importante indicador de alavancagem, fechou o primeiro trimestre de 2015 em 5,82 vezes, no ajuste anualizado.
"Se o real permanecer constante, nos patamares atuais, a gente espera reduzir esse nível de alavancagem para abaixo de 4, muito possivelmente em torno de 3,7 vezes até o final do ano", estimou Di Lorenzo.
Com o menor volume de dívida, a Marfrig também estima reduzir em 300 milhões de reais os desembolsos com o pagamento de juros no ano consolidado. "Isso vem para um reforço do fluxo de caixa", disse Di Lorenzo.
Os executivos disseram que a empresa não pretende vender mais nenhuma unidade ou participação em seus negócios e que também não irá usar os novos recursos para fazer aquisições.
"O nosso crescimento será 100 por cento dentro das unidades que a Marfrig tem hoje atualmente. Esse crescimento já está planejado", disse o diretor-presidente Martin Secco Arias.