Negócios

Marfrig prevê retomada da geração de caixa em 2015

Empresa tem como meta um aumento de 12 por cento na receita em 2014, para 18,5 bilhões de reais

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2013 às 18h54.

São Paulo - A Marfrig tem a meta de atingir o equilíbrio entre receita e despesa em 2014, fechando no "breakeven", para depois seguir com a desalavancagem e geração de caixa consistente, agora que concluiu a venda da Seara para a JBS, disse nesta segunda-feira o futuro presidente da companhia, Sérgio Rial.

A empresa tem como meta um aumento de 12 por cento na receita em 2014, para 18,5 bilhões de reais, com expansão baseada no crescimento orgânico, descartando aquisições, e incremento das vendas para importantes mercados-chave, como os países asiáticos.

"A intenção aqui é ter um crescimento orgânico mais sustentável --antes a gestão era consumidora de caixa--, para chegar a uma posição 'neutral final' em 2014, tendo pago Capex (investimentos) e juros, e ficar com endividamento abaixo de quatro vezes", disse Rial, durante evento com analistas em São Paulo.

A partir daí, a meta da companhia é reforçar um processo de desalavancagem iniciado com a venda dos ativos, para reduzir a relação dívida líquida/Ebtida para menos de três vezes. E chegar a 2,5 vezes em 2018.

O fluxo de caixa livre para acionista é estimado entre negativo a neutro em 2014, mas a meta é chegar à faixa entre 650 milhões e 850 milhões de reais em 2018, ano usado como referência em um plano de plurianual.

"Apresentamos o guidance pela primeira vez. Este é o norte, que apontamos ao mercado... 2015 já tem que ser um ano que se gere caixa suficiente para começar a reduzir o endividamento", disse o executivo ao divulgar estimativas de desempenho.


A empresa de alimentos Marfrig deverá investir 600 milhões de reais em 2014, mas o executivo evitou dar comparativo com o ano anterior, quando ainda contava com a Seara entre seus ativos.

Endividada após um intenso período de aquisições, a companhia vendeu sua divisão de aves, suínos e processados para a JBS, em uma operação que envolveu a transferência de 5,85 bilhões de reais em dívidas, como forma de aliviar o alto nível de alavancagem da companhia.

O crescimento, segundo os executivos da companhia, virá com o fortalecimento de sua posição no mercado interno --onde a Marfrig está em segundo no segmento de carne bovina-- e de expansões no mercado externo, sobretudo em grandes mercados-chave na Ásia.

O futuro presidente da Marfrig, que deve assumir o cargo no começo de 2014, vê especial crescimento no segmento bovino, que voltou a ser o foco da Marfrig após a venda da Seara Brasil.

Ele avalia que há um ciclo positivo para indústria em termos de oferta de animal para abate e redução de custos operacionais, como na área de logística e distribuição, que deve acontecer tanto no Brasil como no Uruguai.

Com o uso da capacidade instalada atualmente em 70 por cento, a meta é superar 80 por cento, em linha com as demais empresas de setor.

Brasil  Forte

O Brasil deverá representar em 2013 cerca de 35 por cento das vendas da Marfrig Alimentos, mesmo após a venda da Seara Brasil, contra 32 por cento do ano passado.

Questionado sobre uma eventual nova venda de ativos, conforme circulou pelo mercado, Rial descartou qualquer plano deste tipo.


"São rumores que nós entendemos que acontecem principalmente depois de uma venda, mas não há plano para vender ativos. Vocês poderão fazer sua própria avaliação depois de nossa apresentação que tem as metas claras para até 2018", disse o executivo aos analistas.

Expansão Externa

A Marfrig também vê forte potencial de crescimento na Ásia e Oriente Médio através de suas operações com a Keystone, que fica nos Estados Unidos.

A Keystone, um dos principais fornecedores globais para o setor de food service, tem entre seus clientes o McDonald's, que vem registrando forte crescimento, e outras importantes empresas do setor.

A receita da Keystone representa cerca de 28 por cento do faturamento total da Marfrig atualmente. E o foco de crescimento da unidade é no segmento de frango. "Tem o McDonald's, que tem plano de crescimento grande. Conforme eles crescem, nos crescemos também, além de outros", disse o presidente da unidade norte-americana, Frank Ranvdal.

A Moy Park, controlada da Marfrig na Irlanda do Norte, divisão da companhia que representa cerca de 25 por da receita da empresa, também deve ter aumento de faturamento e melhora em indicadores importantes, como Ebitda e margem Ebitda.

A receita deve subir cerca de 15 por cento, para 4,554 bilhões de reais em 2013, contra 3,970 bilhões de reais em 2012, segundo estimativa apresentada pelo presidente executivo da Moy Park, Nigel Dunlop.

"O crescimento deve ocorrer com reforço no mix de vendas, foco na redução de custos, reforço da presença em frango in natura e vendas no varejo", disse Dunlop, que depois de seis anos à frente da unidade deixa o cargo para se aposentar ao final deste ano.

Além da Irlanda, a Moy Park abastece o Reino Unido e tem forte presença no mercado europeu.

A nova presidente executiva da unidade, Janet McCollum, avaliou que a companhia tem condições de manter o ritmo de crescimento no mercado europeu.

Acompanhe tudo sobre:Alimentos processadosCarnes e derivadosEmpresasEmpresas brasileirasIndústriaMarfrig

Mais de Negócios

Sentimentos em dados: como a IA pode ajudar a entender e atender clientes?

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Mais na Exame