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Como a tecnologia está aposentando o machado e a motosserra

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Embora os fabricantes de papel e celulose façam parte de uma categoria pouco glamourosa, a das indústrias de base, a idéia de que esse é um setor movido apenas a machados e a motosserras é um tremendo engano. Uma visita ao centro de treinamento da Votorantim Celulose e Papel (VCP) é suficiente para desfazê-lo. Desde 2001, o treinamento dos cortadores de árvores é feito num simulador que parece um videogame. Esses profissionais passam semanas lidando com árvores virtuais antes de pegar no batente de verdade. Quando, alguns anos antes, a VCP começou a substituir seus machados e motosserras por harvesters (máquinas que cortam, descascam e desgalham árvores de mais de 30 metros de altura), as habilidades exigidas desses profissionais mudaram. Antes esses funcionários eram contratados pela força dos braços. Agora têm de ter preparo e reflexos para operar botões de máquinas que custam 350 000 dólares. Segundo José Maria Mendes Filho, gerente-geral da unidade florestal da VCP, uma única harvester substitui 45 motosserristas. Isso explica em parte como, nos últimos dez anos, a empresa passou da produção de 450 000 toneladas de celulose para 1,4 milhão de toneladas -- enquanto o número de funcionários envolvidos nas atividades florestais baixou de 4 100 para 3 800.

O setor de papel e celulose é um dos mais avançados do país em biotecnologia. Há um ano e meio, duas pesquisas tentam desvendar o código genético do eucalipto. Os projetos, patrocinados por várias empresas do setor, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e do Ministério da Ciência e Tecnologia, custarão cerca de 1 milhão de dólares cada um. Com o resultado da pesquisa, que deve durar pelo menos mais dois anos, as empresas brasileiras pretendem descobrir os gens que determinam características do eucalipto, como concentração de celulose e doenças que afetam a árvore.

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