Os resultados da Petrobras referentes ao segundo trimestre devem mostrar continuidade de melhoria de margem operacional já observada nos três meses anteriores, segundo avaliação da corretora Ativa. A expectativa positiva se justifica devido ao, já divulgado, superávit de 1,45 bilhão de dólar alcançado de abril a junho pela petrolífera, o equivalente a um aumento de quase 600% em relação ao mesmo período do ano passado (208 milhões de dólares).

De acordo com a empresa, esse resultado refletiu, principalmente, o aumento da produção total de petróleo e líquido de gás natural, que no segundo trimestre do ano chegou a 9%; o crescimento líquido de 330% nos volumes exportados de petróleo e derivados, que alcançou 267 mil barris por dia nos meses de abril, maio e junho; e a redução de 28% do total de derivados importados, com o destaque para óleo diesel, devido à redução do consumo decorrente da crise financeira internacional.

Segundo a analista Mônica Araújo, da Ativa, a expectativa para o segundo trimestre do ano é de crescimento para o volume de vendas de derivados no mercado interno e para a produção de petróleo no Brasil, cuja estimativa é de 0,5% de alta em relação aos meses de janeiro a março. Além disso, a corretora prevê a estabilidade dos custos operacionais da companhia.

Um dos pontos desfavoráveis à Petrobras é a tendência de queda para o preço médio de realização, que é a média dos preços de todos os combustíveis vendidos pela companhia. Esta avaliação deve-se ao enfraquecimento das exportações decorrentes da valorização do real frente ao dólar.

A corretora Ativa enfatizou ainda que o ajuste negativo no preço do diesel e da gasolina nas refinarias no mercado interno, realizado em junho último, ainda não deve impactar de forma relevante o período.

Projeções

Os prognósticos para o lucro líquido da companhia no período avaliado, de acordo com a Ativa, é de aproximadamente 6,980 bilhões de reais, 13,3% maior do que os 6,161 obtidos no trimestre anterior.

No mesmo sentido de alta está a receita líquida com uma projeção de 32,369 bilhões de reais, 6,2% maior em relação ao período anterior.

Quanto ao resultado da Petrobras medido pelo Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a corretora previu o valor de 10,630 bilhões de reais, o equivalente a um crescimento de 12,5% ante aos meses de janeiro a março. A margem Ebitda, que mede a relação entre este indicador e a receita líquida, deve subir 1,8 ponto percentual, para 32,8%.

A petrolífera deve gastar mais com sua estrutura operacional, alcançando 4,692 bilhões de reais, contra os 4,506 gastos anteriormente, uma variação negativa de 4,1%.

Às 15h40, os papéis preferencias da Petrobras (PETR4, sem direito a voto) se desvalorizavam 0,55%, para 32,31 reais.