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Lucro líquido ajustado da Cogna recua 73% no quarto trimestre

No último trimestre de 2019, a Cogna investiu 121,8 milhões de reais, sendo a maior parte em desenvolvimento de conteúdo e sistemas e licenças de softwares

Cogna: empresa buscar continuar expansão por meio de vestibulares online (Germano Lüders/Exame)

Cogna: empresa buscar continuar expansão por meio de vestibulares online (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 31 de março de 2020 às 09h18.

A empresa de educação Cogna teve lucro líquido ajustado de 51,6 milhões de reais no quarto trimestre de 2019, queda de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados na madrugada desta terça-feira (31), com pressões no ensino superior e aumento de provisões.

No mesmo período, o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 9,5%, para 535 milhões de reais, com a margem Ebitda passando de 30,8 para 27,7%.

De acordo com a companhia, os números refletiram pressões no Ensino Superior além do provisionamento adicional de Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD) no período e a reclassificação de custos editoriais na Educação Básica.

A Cogna disse que tomou a decisão de aumentar a PCLD no último trimestre de 2019 em 181 milhões de reais acima do que já seria provisionado, citando efeitos extraordinários que impactaram o histórico de perdas em 2019 e incertezas ligadas à pandemia do Covid-19 na capacidade de pagamento dos alunos.

Excluindo ajustes com amortização do intangível e a mais-valia de estoques, a Cogna teve prejuízo de 168,3 milhões de reais, contra lucro de 87,9 milhões de reais um ano antes.

 

Em análise pro forma, a Cogna teve prejuízo líquido ajustado de 1,2 bilhão de reais, contra lucro líquido de 191,8 milhões um ano antes, refletindo ajustes ligados ao cronograma diferente de pagamento do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2019.

A média das projeções compiladas pela Refinitv mostrava expectativa de lucro de 508,5 milhões de reais e Ebitda de 1 bilhão de reais.

A receita líquida ficou quase estável (+0,5%), a 1,9 bilhão de reais, com o reconhecimento de receitas do PNLD 2020 e início do reconhecimento do valor anual de contrato (ACV) 2020 da Somos sendo compensados pelas mudança de mix no ensino superior e maior evasão.

A Cogna reportou geração de caixa operacional antes dos investimentos (capex) de 489,1 milhões de reais (de 378,8 milhões de reais um ano antes) e depois de capex de 367,4 milhões de reais (de 171,2 milhões de reais um ano antes).

No último trimestre do ano passado, a Cogna investiu 121,8 milhões de reais, sendo a maior parte em desenvolvimento de conteúdo e sistemas e licenças de softwares (59%).

O fluxo de caixa livre somou 405,5 milhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 4,9 bilhões de reais no mesmo período de 2018.

"A companhia ainda conta com 233 milhões de reais de caixa referentes ao PNLD que impactarão positivamente o resultado de 2020, dos quais ao menos 142 milhões de reais já foram recebidos no primeiro trimestre de 2020", afirmou.

Captação

A Cogna disse que o processo de captação do primeiro semestre de 2020 permanece aberto, com a conclusão prevista para abril. "Até a paralisação das unidades presenciais em razão do alastramento do Covid-19, a maior parte do processo havia sido concluído com resultados bastante satisfatórios."

A empresa comunicou, no entanto, que já notou diminuição no ritmo de captação nessa fase final em razão das limitações impostas de circulação e com o fechamento das unidades. Mas reforçou que continua trabalhando em diversas iniciativas para mitigar os impactos, como a adoção de vestibulares online.

No quarto trimestre, a companhia tinha uma base de 821.609 alunos no ensino superior, contra 856.197 no último trimestre de 2018, sendo que apenas na graduação a base ficou em 780.396 de 815.332 estudantes um ano antes.

"A variação negativa de 4% da base de alunos reflete o maior número de formaturas observadas no período em razão das fortes safras de captação verificadas em 2014 e 2015, além da mudança no perfil da base, com a redução no número de alunos Fies e com o aumento dos alunos matriculados na modalidade 100% online de ensino a distância."

A taxa de evasão no quarto trimestre subiu para 6% de 3,1% nos últimos três meses de 2018, na graduação presencial . No EAD, caiu para 5%, de 8,9% um ano antes.

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