Negócios

Lucro da Gerdau é impulsionado pelo mercado interno

Projetos do governo aumentaram caixa da siderúrgica, que também investirá nos Estados Unidos e em países emergentes

Linha de produção numa das fábricas do grupo Gerdau (.)

Linha de produção numa das fábricas do grupo Gerdau (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - "Estamos prontos para atender a demanda global", afirmou André Johannpeter, presidente do grupo Gerdau, em teleconferência realizada nesta quinta-feira (6/5) para a divulgação dos resultados do primeiro trimestre do ano (clique aqui para ler a cobertura do evento).

A razão de tanto otimismo vem de uma alta cifra: 573 milhões de reais de lucro líquido, contra 35 milhões no mesmo período de 2009 – um aumento de mais de 1.500%.

O bom desempenho da siderúrgica se deveu à recuperação dos mercados onde a Gerdau atua, que já deixam para trás as sequelas causadas pela crise econômica que assolou a economia mundial em setembro de 2008.

A capacidade global de produção da Gerdau está em torno de 25 milhões de toneladas – e deve crescer. "Há espaço para reposição de estoques por eles estarem em patamares baixos por conta dos efeitos da crise financeira", disse Osvaldo Schirmer, vice-presidente e diretor de RI da empresa. O Brasil, a América Latina e até mesmo os Estados Unidos – onde a crise se originou --, foram os principais responsáveis por reforçar o caixa da empresa.

No Brasil, as vendas de veículos cresceram 24% na comparação com o primeiro trimestre de 2009, impulsionadas pela redução do IPI e por condições facilitadas de financiamento de automóveis. Projetos como o Minha Casa, Minha Vida, obras do PAC e das Olimpíadas também contribuíram para aquecer o consumo interno. Estima-se que o PIB da construção civil cresça 10% neste ano. O cenário favorável fez com que o país contribuísse com 40% da receita líquida consolidada.


 

Aumento de produção

Destaque no aumento de 91% da produção da empresa está o retorno do alto-forno 1 da unidade de Ouro Branco, em Minas Gerais, em julho de 2009, com três milhões de toneladas de capacidade anual. Haverá ainda ampliação da unidade para alcançar a marca de 6,6 milhões de toneladas produzidas anualmente. Até 2012, a unidade de Ouro Branco terá 100% de consumo próprio.

Na América Latina, a região menos afetada pela crise em termos de volumes, o consumo de aço chegará a 33 milhões de toneladas, 14% a mais do que 2009. Destaque para Chile, Peru e Argentina.

No Peru, haverá retomada das atividades do alto-forno em junho. A região, aliás, juntamente com a Índia, está entre os principais mercados que receberão maior parcela dos 9,5 bilhões de reais em investimentos da Gerdau. "Continuaremos a investir em mercados emergentes", disse André, sem entrar em detalhes.

Apesar do crescimento de 44% na Espanha, os investimentos na Europa serão analisados com maior cautela devido à crise desencadeada pelo rombo das contas da Grécia que afetou toda a região.

Para os próximos meses, os executivos esperam que os resultados continuarão positivos, mas adiantam que haverá reajuste dos preços. "Ainda não sabemos detalhar valores, porque depende de variáveis como local e produto", afirmou André. A Gerdau ainda planeja o aumento da capacidade de laminação e inspeção de aços especiais no Brasil. Já nos Estados Unidos, onde os executivos acreditam na contínua retomada de mercado, deve haver investimentos em aços longos.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilEmpresasEmpresas brasileirasGerdaugestao-de-negociosIndústriaLucroResultadoSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicas

Mais de Negócios

Empreendedorismo feminino cresce com a digitalização no Brasil

Quanto aumentou a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo desde 2000?

Esta marca brasileira faturou R$ 40 milhões com produtos para fumantes

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi