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Lucro da MRV no 4o tri fica abaixo do esperado

Empresa teve lucro líquido de 72 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante 115 milhões um ano antes


	Funcionários da MRV em uma contração de São Paulo: resultado refletiu queda da receita na base sequencial e aumento do cancelamento de contratos (distratos)
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Funcionários da MRV em uma contração de São Paulo: resultado refletiu queda da receita na base sequencial e aumento do cancelamento de contratos (distratos) (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 20h32.

Rio de Janeiro - A MRV Engenharia apresentou resultados trimestrais abaixo do esperado, com recuo de 37,2 por cento no lucro líquido, mas apresentou a posição de caixa no período e propôs aumentar o pagamento de dividendos, enquanto dá continuidade ao processo de sucessão do presidente.

A empresa teve lucro líquido de 72 milhões de reais entre outubro e dezembro, ante 115 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas apontava para lucro de 129,5 milhões de reais.

O resultado refletiu queda da receita na base sequencial e aumento do cancelamento de contratos (distratos), além de uma correção mais baixa do Índice Nacional do Custo de Construção (INCC), em um período com menos dias úteis.

A receita líquida da empresa teve leve alta de 1,4 por cento no quarto trimestre ante 2012, acompanhando o aumento de 1 por cento das vendas no período. O Ebtida (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 133 milhões de reais, 18,9 por cento inferior ao resultado apurado um ano antes. A margem Ebtida foi de 14 por cento, com recuo anual de 3,5 pontos percentuais.

"O volume de distrato foi maior do que vinha sendo, o que acabou afetando os resultados", disse à Reuters o diretor executivo de Finanças da companhia, Leonardo Corrêa.

Os distratos foram de 295,9 milhões de reais no período, 11,4 por cento acima dos cancelamentos no terceiro trimestre.

"O ano de 2013 foi marcado por uma elevação no nível de distratos da companhia, que deverá perdurar também em 2014", disse a MRV no seu relatório de resultados.

Mas segundo a empresa, das unidades distratadas em 2013, 86,3 por cento foram revendidas dentro do próprio ano, com ganho no preço médio de venda de 14,7 por cento.

Em 2014, a MRV pretende implementar completamente o projeto Siqac, que condiciona a venda dos imóveis à aprovação do crédito belo banco para o cliente.


Mais Liquidez

Apesar da queda nos resultados operacionais, a MRV melhorou sua posição de liquidez. Seu caixa teve um acréscimo de 162 milhões de reais no quarto trimestre, volume 331,3 por cento superior ao de igual período em 2012, mas recuo de 22,2 por cento sobre o terceiro trimestre.

No ano, o caixa cresceu em 548 milhões de reais, ante consumo de caixa de 28 milhões de reais em 2012.

Desta forma, a administração da MRV propôs a distribuição de 35 por cento do lucro em dividendos, sendo 10 por cento adicionais. O valor total proposto foi de 141 milhões de reais, 0,297 real por ação.

Para 2014, o executivo espera uma "continuação de 2013, com aperfeiçoamemento". "Foi gerando caixa e crescendo as vendas, que a gente alcançou uma estrutura estável, agora estamos aperfeiçoando", afirmou.

Segundo ele, o cenário econômico incerto e a Copa do Mundo não devem afetar os resultados este ano, que vão depender do patamar de entregas e repasses para continuar gerando caixa.

Sucessão Presidencial

A MRV vai realizar assembleia em 26 de março para deliberar sobre a nova estrutura da diretoria, com dois co-presidentes.

Os candidatos naturais a dividir a presidência da MRV são Rafael Menin e Eduardo Fisher, filho e sobrinho, respectivamente, de Rubens Menin, atual presidente-executivo e presidente do Conselho de Administração da empresa. Eles hoje ocupam os cargos de diretores executivos regionais.

"Essa estrutura já vem funcionando de uma maneira informal. A formalização de tudo isso não vai causar um rompimento", disse Corrêa à Reuters.

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