Duratex: entre julho e setembro, o lucro líquido da companhia recuou 50,9 por cento na comparação anual, a 83,53 milhões de reais (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2014 às 10h06.
São Paulo - A empresa de insumos para a construção civil e marcenaria Duratex viu o lucro do terceiro trimestre cair pela metade ante igual período do ano passado, sob o peso de vendas fracas e maiores despesas operacionais e financeiras.
Entre julho e setembro, o lucro líquido da companhia recuou 50,9 por cento na comparação anual, a 83,53 milhões de reais.
Apesar de ter registrado um forte avanço de 183,6 por cento nas vendas líquidas no mercado externo, o crescimento no Brasil, seu principal mercado, teve recuo de 3,8 por cento sobre um ano antes, a 953,84 milhões de reais. Com isso, a receita líquida total da companhia subiu apenas 2,9 por cento no trimestre, a 1,06 bilhão de reais. No terceiro trimestre, as despesas com vendas da Duratex passaram a responder por 13,4 por cento da receita líquida, alta de dois pontos percentuais sobre um ano antes. Ao mesmo tempo, as despesas gerais e administrativas passaram a 3,3 por cento da receita líquida, ante 3,1 por cento no mesmo trimestre de 2013.
Com isso, a geração de caixa medida pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia somou 304,32 milhões de reais nos três meses encerrados em setembro, recuo de 23,7 por cento no ano-a-ano.
A última linha do balanço da Duratex foi ainda afetada pelo maior nível de despesas financeiras, decorrentes do maior endividamento da companhia. No trimestre, o resultado financeiro líquido ficou negativo em 44,1 milhões de reais, alta de 45 por cento sobre igual etapa do ano passado. Em comentário sobre o desempenho, a companhia disse ter realizado uma revisão geral do plano de investimentos para este ano e 2015 em função do atual cenário macro, acrescentando que os investimentos serão somente atrelados ao plantio e à manutenção de florestas e plantas, podendo ser alterados no caso de aquisições.
"A companhia possui, no momento, capacidade suficiente para atender à demanda dos próximos dois a três anos", afirmou. As vendas reais de materiais de construção no Brasil devem fechar 2014 com recuo de 4 por cento, segundo a associação que representa o setor, Abramat.
No acumulado de janeiro a setembro, o faturamento deflacionado do setor caiu 6,5 por cento na comparação anual, enquanto a receita líquida consolidada da Duratex no mercado interno, no mesmo período, recuou 3,9 por cento, a 2,64 bilhões de reais.
Segundo a Duratex, o cenário macro exerce pressão negativa no setor de materiais de construção principalmente pela maior dependência do segmento de reformas e venda de imóveis novos. "Incertezas ligadas às condições futuras do mercado de trabalho, no curto e médio prazos, exercem forte influência no consumidor", afirmou a companhia, que é dona de marcas como Deca e Hydra.