Negócios

Lojas físicas impulsionam e-commerce do Magazine Luiza

As receitas brutas do segmento cresceram 33,6%, o que impulsionou todo o negócio e ajudou a levar o lucro a crescer 243%, para R$ 10 milhões


	Magazine Luiza: as receitas brutas do comércio eletrônico cresceram 33,6%, impulsionando todo o negócio
 (Luísa Melo/Exame.com)

Magazine Luiza: as receitas brutas do comércio eletrônico cresceram 33,6%, impulsionando todo o negócio (Luísa Melo/Exame.com)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 17h07.

São Paulo - As vendas on-line foram o grande destaque no resultado do Magazine Luiza. As receitas brutas do segmento cresceram 33,6%, o que impulsionou todo o negócio e ajudou a levar o lucro a crescer 243%, para R$ 10 milhões.

Hoje, as vendas online já são responsáveis por 22,5% de todo o faturamento da companhia.

O crescimento é resultado da estratégia de Frederico Trajano, de integrar as operações física e digital. Filho de Luiza Trajano, ele assumiu em novembro de 2015 com a meta de transformar o Magazine Luiza em uma empresa digital com pontos físicos.

A plataforma de vendas e estoque é a mesma, assim como os centros de distribuição, logística de transporte e equipe no escritório. O mesmo caminhão que leva o estoque para uma loja em uma determinada região também pode entregar as compras feitas pelo site, por exemplo. 

As mais de 672 lojas físicas espalhadas pelo Brasil, portanto, são uma base operacional forte para o crescimento do comércio eletrônico.  Com essa estratégia, segundo ele, a empresa consegue ganhar mercado em cima dos concorrentes.

Em junho, a empresa inaugurou seu marketplace. Ou seja, outros varejistas podem colocar seus produtos à venda no próprio site do Magazine Luiza.

O marketplace e compartilhamento de custos fixos com a operação física dá uma grande vantagem ao comércio eletrônico da empresa. Ele é lucrativo, ao contrário de muitos concorrentes.

Segundo Trajano, alguns varejistas praticavam preços nos sites abaixo do custo, com margens muito pequenas, o que não era o suficiente para pagar a operação. "Nunca achamos que essa estratégia fazia sentido ou que era sustentável a longo prazo", disse.

Segundo ele, agora a tendência é que o preço fique mais racional e com margens maiores.

Mesmo as próprias lojas físicas estão mais digitais. Até o fim do ano, todos os funcionários usarão smartphones como ferramentas de venda e 50% de todas as lojas estarão integradas ao sistema de “pick up from store”, retirada em loja de compras feitas no site.

Concorrência

No último ano, os principais concorrentes do comércio eletrônico do Magazine Luiza sofreram fortes tribulações.

A Cnova Brasil, que opera as vendas online da CasasBahia.com.br, Extra.com.br e Pontofrio.com, investigou processo de desvios de produtos devolvidos em centros de distribuição e problemas nos balanços em decorrência dos registros incorretos de receita.

O escândalo causou mais de R$ 400 milhões em perdas de patrimônio para a empresa.

Já a B2W sofreu com a falta de fornecimento de produtos.

Alta de 243% no lucro

O lucro líquido do Magazine Luiza no 2o trimestre atingiu R$ 10,4 milhões, ante R$ 3 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo Frederico Trajano, não há um único fator para explicar esse aumento. 

As receitas brutas totais cresceram 4,8%, para R$ 2,6 bilhões no 2º trimestre do ano, impulsionadas pela expansão de quase 34% do comércio eletrônico.

A redução de despesas também teve um papel importante. Com a ajuda da consultoria Galeazzi, a companhia buscou corte nos custos de aluguel das lojas, energia elétrica, pagamento de horas extras, frete, entre outros pontos. 

Os progressos são analisados e revisados em reuniões mensais, que também examinam a produtividade de cada loja e produto. Com isso, as despesas operacionais caíram 2,1% em relação ao ano passado.

No entanto, Trajano ainda não está satisfeito. "O aumento de 243/% no lucro parece ser muita coisa, mas crescemos em cima de uma base pequena. Acredito que ainda temos muito espaço para crescer”, afirmou a EXAME.com.

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