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Lojas 24 horas voltam a ganhar força

Segundo o diretor do Carrefour Express, Luis Curti, apostar em lojas 24 horas faz sentido em algumas regiões, mas não na rede toda

Carrefour: tendência é ter lojas de funcionamento ininterrupto em regiões de grande adensamento (Lailson Santos/EXAME.com)

Carrefour: tendência é ter lojas de funcionamento ininterrupto em regiões de grande adensamento (Lailson Santos/EXAME.com)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 09h01.

São Paulo - Na contramão da concorrência, o Carrefour voltou a investir em lojas 24 horas. Nesta quarta-feira, 23, a rede varejista inaugurou a primeira na Avenida Paulista, no formato de proximidade com a bandeira Carrefour Express.

Segundo a rede, a intenção do projeto é levar os produtos onde o consumidor está - só na quadra onde fica a loja circulam 20 mil pessoas diariamente. "Na Avenida Paulista há grande concentração de residências, trabalhadores e público de passagem", diz o diretor do Carrefour Express, Luis Curti.

Ele diz que, com o estilo de vida moderno, apostar em lojas 24 horas faz sentido em algumas regiões, mas não na rede toda.

O Grupo Pão de Açúcar (GPA), principal rival do Carrefour, encerrou as atividades das lojas 24 horas do Pão de Açúcar e Extra em 2014. No ano seguinte, a empresa voltou a abrir ininterruptamente dez lojas de hipermercados na Grande São Paulo por causa de reivindicações dos clientes, informa o GPA.

"Existe um movimento para a volta das lojas 24 horas, mas num formato diferente", observa o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. O formato é o de proximidade, que supre as necessidades do dia a dia, ao contrário do passado, quando as lojas 24 horas envolveram os hipermercados.

Ele destaca que a tendência é ter lojas de funcionamento ininterrupto em regiões de grande adensamento, onde as despesas com segurança e estacionamento são reduzidos. Dentro deste raciocínio, a Paulista é o endereço certo.

Curti diz que demorou cerca de dois anos para encontrar um ponto com aluguel aceitável. "Apesar da crise a Paulista é uma vitrine, quem entra não quer sair."

Terra, no entanto, acredita que a crise tenha favorecido a concretização do negócio. Além do recuo no valor da locação, ele diz que o formato de loja de proximidade ganha força com as pessoas trabalhando mais e tendo pouco tempo para ir às compras.

Curti não revela os planos para 2017, mas diz que, dependendo da localização, poderá ter mais lojas 24 horas.

A loja da Paulista ocupa uma área de 220 metros quadrados e tem 40% a mais de itens do que as primeiras lojas abertas nesse formato, como cervejas especiais e também itens básicos, como arroz, mas em embalagens menores. É a terceira loja da bandeira que tem uma espécie de cafeteria, servindo sanduíches e café.

Investimento.

O Carrefour não revela o investimento na loja, mas, nas contas de Terra, o desembolso deve ter girado em torno de R$ 1 milhão. Com a loja da Paulista, o Carrefour tem agora 54 unidades com a bandeira Express e deve fechar este ano com 70 lojas, sendo 49 abertas ao longo de 2016, com investimento estimado pelo consultor da ordem de R$ 50 milhões.

Se o ritmo acelerado de abertura de lojas deste ano for mantido, o número de lojas de proximidade deve ultrapassar o total de hipermercado do grupo em meados do ano que vem. Hoje, a empresa tem 103 hipermercados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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