A Light Serviços de Eletricidade, distribuidora de energia do Rio de Janeiro, divulgou fato relevante anunciando a impossibilidade de renegociar suas dívida dentro do prazo previamente acertado, o dia primeiro de julho. Vencem nesta terça-feira (1/7) isenções temporárias (waivers) concedidas pelos credores. A Light vem enfrentando uma crise de liquidez que tem afetado a sua capacidade de cumprir uma parcela de suas obrigações financeiras, nos prazos e condições originalmente contratados , diz o texto divulgado. A Light informa que está solicitando a extensão do prazo de vencimento de parcelas vencidas nesta data.

No informe, a Light não especifica quem são os credores, nem os valores devidos, mas a empresa encerrou 2002 com dívidas de 5,346 bilhões de reais. Entre as instituições que liberaram recursos para a Light está o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que só no ano passado aprovou um financiamento no valor de 987,8 milhões de reais para a distribuidora.

Em abril desde ano, a Light contratou o Citigroup Global Markets para reestrutura suas dívidas. No mesmo mês, solicitou a agência de classificação risco Standard & Poor s que retirasse seus ratings da lista de análises então com perspectiva negativa.

A Light encerrou o ano passado com um prejuízo de 1,256 bilhão de reais. A receita operacional teve uma queda de 5,5% em comparação a 2001, refletindo principalmente a redução nas vendas de energia. As ações da empresa tiveram uma desvalorização de 55,2% no período.

Desde fevereiro de 2002, quando encerrou um processo de reestruturação interna, a empresa é controlada pelo grupo Eletricité de France, EDF, (79,81%) que tem se mostrado atuante no saneamento financeiro da Light. O EDF fez um aumento de capital de 2,25 bilhões de reais no ano passado e concedeu suporte financeiro para a Light cumprir o pagamento de Medium Term Notes em fevereiro deste ano.