Tássio Mendes, da Life Pet Hub: “Existem mais de 30 milhões de gatos no Brasil e havia uma carência de produtos criados especificamente para esse público” (Divulgação/Divulgação)
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Publicado em 13 de dezembro de 2025 às 06h01.
A Life Pet Hub, dona das marcas Dog Life, Pet Life e Cat Life, está em um dos momentos de maior expansão desde sua criação. A companhia, que deve encerrar 2025 com R$ 30 milhões em faturamento, projeta alcançar R$ 75 milhões em 2026, mantendo um ritmo de crescimento anual superior a 100%.
Com uma rede de mais de 4 mil clínicas e hospitais credenciados em 320 cidades, a empresa já atende 40 mil vidas em planos e soma cerca de 700 mil vidas no ecossistema quando considerado o Meu+ Pet — produto de assistência criado em joint venture com o Banco Mercantil, que sozinho reúne mais de 600 mil clientes.
Agora, a holding acelera em uma frente que avança mais rápido que o restante do mercado: o segmento de gatos, que já representa um quarto da sua base. O lançamento da Cat Life, o primeiro plano de saúde exclusivo para felinos no Brasil, marca a entrada formal da companhia em um nicho que cresce acima da média.
Fundada em 2005 como Pet Life, a empresa nasceu como uma das pioneiras de planos de saúde pet no país. Mas faltava musculatura de tecnologia. Durante mais de uma década, ficou limitada a cerca de mil vidas, sem escala e com processos manuais.
A mudança começou após a chegada da Sena Investimentos, acionista que assumiu o comando em 2010. Foram anos de testes — franquias, modelos híbridos de atendimento, diferentes formatos de rede — até que, entre 2019 e 2020, veio a virada definitiva: a transformação digital.
Com a parceria da mineira SYDLE, a empresa construiu uma plataforma proprietária, automatizada e escalável. O relançamento ocorreu no início da pandemia, justamente quando o setor passou a registrar explosão de demanda.
“Quando decidimos digitalizar tudo, a lógica foi simples: se queríamos alcançar o Brasil inteiro, precisaríamos de tecnologia própria, fluida e integrada à rotina do veterinário e do tutor”, afirma Tássio Mendes, diretor da Life Pet Hub. “Essa estratégia é o que nos permite lançar, testar e aprender rápido — e é o que sustenta o crescimento atual.”
A partir daí, a holding passou a dobrar de tamanho ano após ano.
O salto de crescimento trouxe dois desafios centrais.
A empresa investiu em automação e uso responsável de IA em fluxos como atendimento, análise de documentos, elegibilidade e auditoria médica.
“A estratégia foi investir em tecnologia, especialmente em processos onde o uso responsável de IA permitiu eliminar gargalos e dobrar de tamanho mantendo basicamente a mesma estrutura”, diz Mendes.
A expansão da rede exigiu adaptação regional e negociação com clínicas de portes distintos.
“Adaptamos nossa abordagem de credenciamento às particularidades de cada região, respeitando o perfil de cada parceiro”, explica.
Hoje, a Life Pet Hub opera em um modelo leve, sem ativos próprios, o que facilita escalar para novos estados sem necessidade de estruturas físicas.
O setor pet brasileiro movimenta mais de R$ 68 bilhões por ano e já é o 3º maior do mundo. Mas, dentro dele, o mercado de planos de saúde segue com baixa penetração — menos de 10% dos tutores contam com algum tipo de cobertura.
Os serviços recorrentes, incluindo planos, devem crescer 22% até 2026, impulsionados por:
aumento da humanização dos pets
avanço de tratamentos de média e alta complexidade
crescimento da renda per capita nos lares pet
envelhecimento da população animal
entrada de grandes grupos financeiros e varejistas no setor
No segmento felino, o espaço é ainda maior: o Brasil tem mais de 30 milhões de gatos, com taxa de crescimento superior à de cães, segundo dados do setor.
Essa lacuna é o que motivou o lançamento da Cat Life.
Gatos têm comportamento de consumo e perfil clínico diferentes, com menor sinistralidade e maior número de lares com mais de um animal. Isso permite construir modelos mais sustentáveis e preços mais competitivos.
“Existem mais de 30 milhões de gatos no Brasil e havia uma carência de produtos criados especificamente para esse público”, afirma Mendes. “Reunimos dados suficientes para desenvolver um produto que faça sentido para os pets, tutores e também para nossa rede credenciada.”
O plano exclusivo oferece cobertura nacional, consulta domiciliar, atendimento com especialistas e procedimentos próprios para felinos — algo inexistente hoje entre os grandes players.
Além do foco em tecnologia e automação, a holding apresenta outros diferenciais competitivos:
modelo 100% digital, com vendas e atendimento via IA
tecnologia proprietária, com arquitetura aberta e modular
rede independente, que facilita a escala nacional
estrutura leve, sem clínicas próprias
modelo multimarcas, permitindo segmentação por perfil de tutor
joint venture com o Banco Mercantil, ampliando alcance e custo de aquisição de cliente (CAC) mais baixo
“Por sermos uma holding independente, conseguimos firmar parcerias tanto com grandes redes de hospitais e laboratórios quanto com clínicas de diferentes portes”, diz Mendes.
Para 2026, a Life Pet Hub trabalha com três prioridades estratégicas. A primeira é escalar a Cat Life e consolidar liderança no segmento felino. Deve expandir a rede credenciada, com foco em qualidade e eficiência e pretende entrar com mais força no mercado corporativo, oferecendo planos pet como benefício
A expectativa é ultrapassar 80 mil vidas nos planos e alcançar R$ 75 milhões em faturamento, mantendo a curva de expansão dos últimos anos.
“Nossas expectativas para 2026 são altas”, afirma Mendes. “Queremos ultrapassar a marca de 80 mil vidas nos planos e atingir R$ 75 milhões de faturamento. O objetivo é consolidar a Life Pet Hub como a maior holding independente do setor pet no Brasil.”
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