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Levaremos 10 anos para voltar ao nível de 2012, diz CEO da Volks

Para David Powels, presidente da Volkswagen no Brasil, a indústria levará ao menos uma década para conseguir vender 3,8 milhões de carros no país novamente

Volkswagen: montadora vai investir R$ 7 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos (Fabian Bimmer/Reuters)

Volkswagen: montadora vai investir R$ 7 bilhões no Brasil nos próximos quatro anos (Fabian Bimmer/Reuters)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 13h29.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 18h06.

São Paulo - Para David Powels, presidente da Volkswagen no Brasil, América do Sul, Central e Caribe, vai levar pelo menos 10 anos para que a indústria de automóveis no país retorne aos patamares de 2012, quando chegou ao recorde de 3,8 milhões de carros vendidos.

"Planejamos uma recuperação muito lenta, de 10 a 12% de aumento por ano nos próximos três a cinco anos", disse a jornalistas durante o Salão Internacional do Automóvel nesta terça-feira, em São Paulo.

Segundo ele, a indústria utiliza hoje apenas 40% de sua capacidade instalada localmente, uma situação que não existe em nenhum outro lugar do mundo.

Powels disse que o setor tem ainda o desafio de proteger os fornecedores, que passam pelo mesmo problema, e que serão necessários no futuro. "Precisamos negociar com o governo para segurar essa cadeia de valor, porque importar 40 a 50% das nossas peças nos próximos anos não vai funcionar", afirmou.

A Volkswagen vai investir 7 bilhões de reais no Brasil nos próximos quatro anos. O dinheiro será aplicado, principalmente, no desenvolvimento de uma nova família de quatro veículos, o que vai demandar alterações nas fábricas.

A empresa espera que os novos modelos a ajudem a ganhar participação de mercado no país. Entre eles, estará um novo SUV. Powels não quis revelar quando os produtos chegam ao mercado. "Mas com certeza não vamos aguardar até 2020", disse.

Ele afirmou ainda que será preciso tratar com o governo também sobre uma maneira de ajudar os fornecedores a se capitalizar.

"Essa plataforma nova que vamos construir vai demandar tecnologias, materiais, processos diferentes. Esses fornecedores vão ter que investir para entregar os produtos que a gente precisa e muitos deles não têm capacidade financeira", completou.

A montadora anunciou também que ajudou a trazer para o Brasil uma nova fabricante de bancos, depois de encerrar um contrato com um parceiro antigo, o Grupo Prevent.

A norte-americana Amvian acaba de se instalar no país, em uma nova fábrica construída em Atibaia, no interior de São Paulo. O investimento na estrutura foi todo bancado pela empresa, que já abastecia a Volks em outros países.

A montadora, que reduziu bastante o quadro de funcionários no país nos últimos três anos, tem hoje 17.400 pessoas no time. Segundo Powels, a ideia é não fazer novos cortes, mas ajustes vão depender da economia e do mercado.

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