Santiago do Chile - A Latam Airlines, a maior companhia aérea da América Latina, fruto da fusão da chilena Lan com a brasileira Tam, investirá US$ 11 bilhões (cerca de R$ 24 bilhões) até 2017 para renovar e aumentar sua frota, informou nesta terça-feira a empresa.

Este plano de investimentos será financiado, em parte, com uma ampliação de capital de US$ 1 bilhão (R$ 2,14 bilhões) aprovada durante uma reunião extraordinária de acionistas realizada hoje em Santiago.

"Temos um plano de investimentos bastante agressivo. Foi apresentada uma boa alternativa de financiamento para a compra dos aviões, o que precisamos é solidificar o plano de investimentos da companhia, e esse é o principal motivo do aumento de capital", afirmou Roberto Alvo, vice-presidente de Planejamento, Gestão e Estudos da Latam.

A Latam comprará 165 aeronaves que permitirão a substituição de 114 aviões que deixarão de operar entre 2013 e 2017.

Alvo garantiu que é fundamental aumentar a frota da companhia devido às projeções do tráfego aéreo de passageiros, que classificam a América Latina como a segunda região com maior crescimento em 2013 e em potencial para as próximas duas décadas, atrás apenas do Oriente Médio.

A aquisição de novos aviões incluirá a compra de aeronaves modernas e eficientes, como os Airbus A320 Néon, os Boeing 787 Dreamliner e os Airbus A350.

Estes modelos permitirão reduzir o consumo de combustível em 15% e também diminuir as emissões de dióxido de carbono, ressaltou o executivo da Latam.

O plano de investimentos de US$ 11 bilhões será realizado de forma gradual até 2017: US$ 2,145 bilhões em 2013, US$ 1,5 bilhão em 2014, US$ 1,1 bilhão em 2015; US$ 2,9 bilhões em 2016 e US$ 3,2 bilhões em 2017.

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Entre 2016 e 2017 a empresa receberá 83 novos aviões, principalmente aeronaves de longo alcance como os A350 e os Boeing 787.

O objetivo da Latam é chegar em 2017 com uma frota de 378 aviões, frente aos 322 com os quais encerrará o ano de 2013.

O aumento de capital aprovado nesta terça-feira servirá também para "fortalecer e melhorar a estrutura financeira" da companhia, disse o vice-presidente de Planejamento, Gestão e Estudos.

Alvo também afirmou que a medida facilitará o acesso aos mercados financeiros e o aumento em 18% da liquidez das rendas totais da companhia aérea.

O aumento de capital será realizado mediante uma oferta preferencial (63,5 milhões de ações) a ser emitida no Brasil, no Chile e nos Estados Unidos.

Os acionistas da Latam terão acesso preferencial sobre 62 milhões do total de ações.

Os grupos Cueto e Amaro, acionistas majoritários da companhia com cerca de 40% das ações, já manifestaram sua intenção de fazer uso de seus direitos preferenciais, informou Alvo.

A Latam espera finalizar a colocação de ações durante a segunda quinzena de setembro.

"O aumento de capital significa que acreditamos que em médio prazo estaremos muito bem posicionados para enfrentar a concorrência", declarou hoje o presidente da companhia aérea, Mauricio Rolim Amaro, que também tranquilizou os acionistas minoritários pela baixa rentabilidade das ações de Latam até o momento.

"Se pensava que os resultados chegariam no dia seguinte da fusão", disse Amaro ao explicar que este processo requer tempo. Segundo ele, a companhia está na "direção certa".

Os lucros da Latam Airlines somaram US$ 42,7 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 48,9% da receita anual.