Alitalia: empresa deficitária ganhou um fôlego na sexta-feira, quando os membros de seu Conselho aprovaram um resgate de 500 milhões de euros liderado pelo governo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 08h58.
Milão/Paris - Os acionistas da Alitalia irão votar nesta segunda-feira sobre um aumento de capital de 300 milhões de euros (407 milhões de dólares) para manter voando a quase falida empresa aérea italiana, mas a participação do principal investidor Air France-KLM permanece incerta.
A empresa deficitária ganhou um fôlego na sexta-feira, quando os membros de seu Conselho --incluindo Air France-KLM-- aprovaram um resgate de 500 milhões de euros liderado pelo governo. O plano de emergência inclui o aumento de capital e empréstimos no valor de 200 milhões de euros.
Notícias na imprensa italiana no fim de semana disseram que o presidente-executivo da Air France-KLM, Alexandre de Juniac, havia dito ao presidente da Alitalia que seu grupo não iria participar do aumento de capital.
Mas quando contatado pela Reuters no domingo, de Juniac negou ter feito qualquer declaração sobre o aumento de capital e chamou as notícias de "fantasiosas". Ele não quis fazer mais comentários sobre sua posição.
A Air France-KLM, que possui uma participação de 25 por cento na Alitalia, disse na sexta-feira que iria tomar uma decisão sobre sua participação somente depois de reunião de acionistas desta segunda-feira.
"A decisão por membros do Conselho da Air France-KLM sobre apoiar o plano de emergência não pressupõe de forma alguma a nossa decisão sobre subscrever o aumento de capital", disse.
Todos os acionistas terão 30 dias para decidir qual a porção que irão subscrever.
Na sexta-feira, a companhia aérea franco-holandesa disse que iria definir condições "muito rigorosas" antes de dar qualquer ajuda. Uma fonte próxima da situação disse depois que se opunha a uma falta de clareza da avaliação da Alitalia e insistiu sobre uma muito mais dura reestruturação, acreditando que o plano de emergência não era suficiente.
Qualquer das condições da Air France-KLM pode colidir com ambições de longa distância da Alitalia, disseram analistas.
O novo presidente-executivo da Alitalia, Gabriele Del Torchio, quer que a empresa se concentre no mercado de longa distância de maior margem após seus planos de se tornar uma empresa regional forte caiu por terra devido à forte concorrência de empresas de baixo custo e trens de alta velocidade.
De Juniac disse que podia ver a Alitalia impulsionando suas rotas intercontinentais onde a própria rede da Air France-KLM pode ser fraca, mas seu grupo pode querer ver uma reestruturação séria da empresa italiana em primeiro lugar.