Klabin espera resultado forte: expansão em papel virá com nova fábrica
A companhia planeja obter aprovação até o final do ano para investimento em ampliação de sua capacidade de produção de papel kraftliner
Reuters
Publicado em 31 de julho de 2018 às 13h59.
São Paulo - A Klabin espera um resultado forte para o terceiro trimestre, impulsionada por altas de preços de celulose e em papéis para embalagens e ausência de paradas para manutenção de equipamentos, período em que iniciará debate para aprovação de seu conselho de administração para investimento em projeto de expansão.
"Podem esperar um terceiro trimestre muito forte, com geração de caixa forte, acelerando ainda mais a desalavancagem", disse o presidente-executivo da Klabin, Cristiano Teixeira, em teleconferência com analistas do setor.
A companhia, maior produtora de papel para embalagem do Brasil e produtora de celulose, planeja obter aprovação até o final do ano para investimento em ampliação de sua capacidade de produção de papel kraftliner que virá integrada com uma nova linha de produção de celulose de 1 milhão de toneladas por ano.
"Essa desalavancagem (da Klabin) de fato chegará em níveis ao final do ano por volta de três vezes e essa relação coloca a Klabin como uma forte candidata para os investimentos em papéis para embalagem", disse Teixeira, ressaltando que em um segundo momento o projeto de expansão envolverá uma nova máquina de papelcartão. Os estudos sobre o projeto devem ser entregues ao conselho em agosto.
A Klabin encerrou o segundo trimestre relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em dólar de 3,4 vezes. Em real, a alavancagem foi de 3,9 vezes.
As units da companhia exibiam queda de 0,2 por cento às 13h04, enquanto o Ibovespa tinha baixa de 1,27 por cento.
Executivos da companhia afirmaram que a Klabin mira uma alavancagem máxima de 4,5 vezes se tomar a decisão de avançar com o projeto de expansão e Teixeira afirmou que a empresa não descarta eventuais oportunidades de aquisição de concorrentes menores no mercado brasileiro.
Segundo o presidente da Klabin, o projeto Puma, fábrica de celulose de 1,5 milhão de toneladas inaugurada em 2016, seguirá fornecendo produto ao mercado, não sendo integrada a máquinas de papel da empresa. A fábrica atualmente fornece parte de sua produção para a Fibria que está sendo incorporada pela Suzano. "Puma é voltado para mercado e é assim que enxergamos no curto, no médio e longo prazos", disse Teixeira.
Sobre o contrato com a Fibria, o executivo afirmou que a Klabin está analisando se vai mantê-lo após a empresa ser incorporada pela Suzano. "Temos capacidade de escolher o melhor caminho", afirmou Teixeira.
Questionados sobre a demanda por papéis nos próximos meses, executivos da Klabin mencionaram "crescimento virtuoso" de mercados da Europa e Estados Unidos, mas citaram "otimismo moderado" sobre o mercado brasileiro.
Em papelão ondulado, a expectativa da empresa é que a demanda seja mais forte no segundo semestre do que na primeira metade do ano por fatores sazonais, com demanda "moderada" no Brasil. No segmento de sacos, que tem entre grandes clientes fabricantes de cimento, executivos da Klabin mencionaram que não estão vendo reação da construção civil e que por isso a empresa segue buscando novos mercados para o produto.