Klabin anuncia construção de parque de plantas piloto no Paraná
Em evento com experiências imersivas e exposições, empresa também lançou nova linha de papel-cartão para copos descartáveis 100% biodegradáveis
Vanessa Daraya
Publicado em 17 de setembro de 2018 às 16h57.
Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 11h33.
A cidade de Telêmaco Borba, no Paraná, receberá até o quarto trimestre de 2019 um empreendimento com grande potencial para desenvolver novos produtos e negócios: um parque de plantas piloto. O espaço será construído com o aporte de 32 milhões de reais em pesquisa e desenvolvimento feito pela Klabin, maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil. O anúncio foi feito durante a segunda edição do INOVA Klabin, que aconteceu nos dias 12 e 13 de setembro na Oca do Ibirapuera, em São Paulo.
No parque de plantas, uma unidade de menor escala, serão realizados estudos e testes em algumas frentes de pesquisa. Uma delas será com a celulose microfibrilada (MFC), que futuramente será incorporada às linhas de produção de papel da empresa para melhorar a qualidade e a resistência de produtos.
Outra frente de operação será a extração e utilização de lignina nos produtos. Trata-se de um polímero natural bastante resistente extraído de árvores. De origem renovável, a lignina e seus derivados podem substituir matérias-primas de origem fóssil, entre outras aplicações de alto valor agregado em indústrias e vários segmentos. “O diferencial da Klabin é que nós temos processos com duas espécies: pínus e eucalipto, inclusive com a mescla delas”, diz Francisco Razzolini, diretor de tecnologia industrial, inovação, sustentabilidade e negócio celulose da Klabin. O resultado dessa base variada de madeira é a criação de produtos diferenciados no mercado.
Maior escala
Essas inovações já estavam sendo trabalhadas em escala experimental no Centro de Tecnologia, inaugurado em 2017, capaz de desenvolver diversos produtos de base florestal e simular as linhas de produção das fábricas. “Tudo o que realizamos dentro desse centro é em escala laboratorial. Pouco mais de um ano após sua inauguração, atingimos um nível de maturidade de desenvolvimento que torna necessária a produção de alguns materiais em maior escala, permitindo testes industriais prolongados. Daí a necessidade da criação de um parque de plantas piloto”, explica Razzolini.
A Klabin também anunciou outra novidade para o início de 2019: papel-cartão para copos descartáveis 100% biodegradáveis, chamados de KlaCup – Bio. O novo modelo é uma solução para o mercado de liquid packaging board (LPB) completamente livre de polietileno em sua composição – um plástico usado atualmente para fazer a selagem do copo. A empresa já conta com o KlaCup – Bio em escala experimental e, hoje, comercializa o KlaCup Natural Kraft, que possui um dos lados na coloração marrom, típica dos papéis kraft.
“Atualmente, o mercado de copos de papel no mundo é de 2,4 bilhões de toneladas aproximadamente. Essa área vive um momento bastante interessante em função de proibições, demandas e novas tendências, mas ainda é bastante tímida em nosso país em comparação com outros países, fazendo do Brasil um importador desse tipo de produto”, afirma Razzolini.
Experiências
Além dos anúncios, o evento contou com atividades para os participantes relacionadas aos quatro pilares de inovação da Klabin: excelência operacional, gestão sustentável, tecnologia florestal e fibras e design cocriado. Em uma das vivências, por exemplo, os participantes formavam equipes para desenvolver carrinhos de controle remoto em uma oficina e, depois, disputar uma corrida. A ideia era mostrar a importância da inteligência humana para o desenvolvimento de processos e metodologias bem estruturados.
Em outra dinâmica, o desafio era criar protótipos de embalagens para situações inusitadas, como concluir a entrega de uma pizza intacta, ou seja, sem grudar o recheio na tampa, em outro planeta onde a gravidade é menor. A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável também foi tema de uma das vivências, em que era preciso avaliar a atuação da empresa em cada setor para ajudar a estruturar um plano global, em linha com as ODS da ONU, a fim de erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir a paz entre as nações.
A realidade virtual também foi usada em uma das experiências do evento. Por meio de óculos de VR, os participantes puderam conhecer os processos da Klabin – da floresta ao melhoramento genético – e simular a operação de máquinas pesadas, como colheitadeiras, para entender como operadores e mecânicos de campo são preparados para suas atividades profissionais.
O evento contou ainda com masterclasses sobre inovação e cultura digital. “O objetivo é que as pessoas conheçam as nossas ideias e políticas de inovação, principalmente os colaboradores. Queremos acelerar o processo de integração e entendimento desses conceitos e impulsionar a cultura da inovação para as pessoas pensarem e realizarem com mais rapidez. É também uma forma de integrar profissionais nos processos para que conheçam as diversas realidades da companhia e um momento para discutirmos as questões de sustentabilidade, de inovação e tecnologia”, diz Razzolini sobre o INOVA Klabin.