Negócios

Kirin se esforça para ir além da Schin

Um ano após ter assumido a presidência da Schincariol, que mudou de nome para Brasil Kirin, Gino Berninzon Di Domenico diz que a companhia conseguiu superar as principais metas


	Brasil Kirin: todos os produtos da empresa passaram a ter posicionamento de mercado e estratégia definidos - o que não acontecia na antiga gestão
 (Lia Lubambo/EXAME.com)

Brasil Kirin: todos os produtos da empresa passaram a ter posicionamento de mercado e estratégia definidos - o que não acontecia na antiga gestão (Lia Lubambo/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2013 às 11h55.

São Paulo - Um ano após ter assumido a presidência da Schincariol, que mudou de nome em novembro para Brasil Kirin, Gino Berninzon Di Domenico dá risada de tudo que já foi dito da japonesa Kirin.

A companhia, segundo ele, conseguiu superar as principais metas impostas por Tóquio para o ano passado: o faturamento, que em 2011 foi de R$ 3,2 bilhões e deveria chegar a R$ 3,5 bilhões, alcançou R$ 3,6 bilhões; e o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que deveria chegar a R$ 550 milhões, fechou o ano em R$ 602 milhões.

Todos os produtos da empresa passaram a ter posicionamento de mercado e estratégia definidos - o que não acontecia na antiga gestão. Os lançamentos, segundo Domenico, eram mais orientados pelo que a concorrência fazia. “Agora não vai sair daqui nenhuma embalagem sem ter o crivo do mercado consumidor”, afirma.

Foi assim com a nova cerveja Schin No Grau, lançada em julho somente nos Estados do Norte e Nordeste do País - onde a cerveja Nova Schin é uma das marcas mais fortes do mercado.

O produto foi definido a partir de pesquisas que, segundo ele, apontaram que o consumidor nordestino queria uma cerveja mais refrescante, mais suave e que pudesse ser tomada mais devagar, por mais tempo, sem provocar a sensação de saciedade.

O nome também veio de pesquisas. Nesses Estados, é comum o consumidor chegar ao bar e pedir uma cerveja ‘no grau’.


Apesar do lançamento focado nas regiões de maior sucesso da marca, uma das missões de Domenico nesse primeiro ano de trabalho foi justamente diminuir a concentração das vendas nessas partes do País.

"“Já conseguimos reduzir. Agora temos apenas metade das vendas no Norte e Nordeste”", afirma Domenico.

A estratégia que permitiu esse resultado foi inspirada na Unilever, empresa na qual o presidente iniciou sua carreira e onde trabalhou por 12 anos.

A fabricante do sabão Omo, lançado em 1957, sempre comemorou o sucesso do produto. Mas a companhia, teve, por muito tempo, dificuldade de emplacar a marca no Nordeste, onde muita gente ainda preferia o sabão em pedra, bem mais barato.

Em 1997, a Unilever lançou o sabão em pó Ala só no Nordeste, e com preço menor. Não demorou muito para a marca se tornar uma das mais vendidas na região.

Na Brasil Kirin, a mesma estratégia foi adaptada, mas com foco no Sul e Sudeste, onde a marca Schin sofre rejeição. Nos Estados mais ricos do País, o rótulo de combate da empresa deixa de ser a Nova Schin para dar lugar à Devassa Bem Loura - versão pilsen e de massa da marca artesanal carioca adquirida em 2007.

Acompanhe tudo sobre:Bebidasbebidas-alcoolicasEmpresasEmpresas japonesasKirinSchincariol

Mais de Negócios

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz vaquinha para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024

Focada em criadores de conteúdo, Kiwify levanta R$ 50 milhões em primeiro FIDC. Entenda