Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 14h36.
Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 16h42.
Conhecida mundialmente por sua presença midiática, Kim Kardashian agora quer ser reconhecida também como mentora de negócios. Aos 45 anos, ela está lançando um curso na plataforma MasterClass em que compartilha os “Dez Mandamentos de Kim”, princípios que guiaram a construção da Skims, sua marca de roupas íntimas avaliada em US$ 5 bilhões e que se prepara para abrir capital.
A empresária afirma que decidiu compartilhar sua experiência após ter participado de uma palestra na Harvard Business School, quando percebeu que poucos sabiam do seu envolvimento real em decisões estratégicas. Na MasterClass, ela aborda desde acertos até erros financeiros cometidos no passado, como contratos de licenciamento que pareciam lucrativos, mas resultaram em retornos pífios por má divisão de receitas.
Para executivos e profissionais de finanças corporativas, a história da Skims mostra como estratégias de gestão financeira, branding e expansão podem (e devem) caminhar juntas, especialmente quando o objetivo é transformar uma startup em um ativo multibilionário, com potencial de IPO — processo pelo qual uma empresa abre seu capital e vende suas ações pela primeira vez ao público. As informações foram retiradas de Fortune.
Fundada por Kim Kardashian ao lado de Jens e Emma Grede, a Skims surgiu com foco em roupas íntimas e modeladores. Rapidamente, tornou-se um case de sucesso em marketing direto ao consumidor, com campanhas que capturam o zeitgeist da cultura pop. Parcerias com estrelas de White Lotus, ex-modelos da Victoria’s Secret e até o lançamento de produtos inusitados, como o sutiã com mamilo visível ou a “peruca íntima masculina”, chamaram a atenção do mercado.
Mas por trás da imagem provocativa está uma operação sólida, centrada em métricas, testes e escuta ativa do consumidor. Segundo Kardashian, alguns dos produtos virais começaram como ações de marketing, mas se tornaram divisões rentáveis do negócio, como o sutiã de mamilo, que ganhou relevância real entre mulheres que passaram por mastectomia.
Para as lideranças financeiras, o sucesso da Skims mostra a importância de investir em branding com estratégia, testar novos produtos com ciclos rápidos de retorno e reagir rapidamente a insights vindos do próprio público.
No curso, Kim compartilha aprendizados valiosos sobre contratos e valor de mercado. Um dos exemplos mais claros vem da época do Khroma Beauty — um negócio com suas irmãs que rendeu apenas 6% do faturamento total, dividido entre várias partes. O resultado, nas palavras dela, foi uma equação que “simplesmente não fechava”.
Com a Skims, a abordagem foi diferente: controle maior, capital próprio e participação relevante na estrutura da empresa. A diferença é evidente: a marca alcançou avaliação de US$ 5 bilhões e é considerada uma das favoritas para um IPO de consumo em 2026.
Essa virada mostra o quanto estruturas de propriedade, cap tables bem definidas e decisões conscientes sobre licenciamento são determinantes no valor final do negócio, algo essencial para analistas, CFOs e executivos que avaliam ativos ou planejam abrir capital.
Um dos pilares mais enfatizados por Kardashian é a importância da visibilidade. “Se você é visível, consegue vender produtos”, afirma. A tese é simples, mas poderosa: mesmo em um ambiente saturado de marcas, o controle da narrativa e o domínio sobre a atenção do consumidor continuam sendo ativos valiosos.
Desde os tempos do reality show Keeping Up With the Kardashians, Kardashian já via a exposição como uma ferramenta de conversão. O lançamento da Skims Beauty, nova frente da marca com foco em cosméticos, é mais um passo para centralizar o império de beleza sob sua gestão, após experiências fragmentadas em empreendimentos anteriores.
Profissionais de finanças devem considerar a visibilidade como um vetor que influencia diretamente valor de marca, retorno sobre marketing e projeções de receita em múltiplas linhas de produtos. Em tempos de valor de mercado baseados em percepção de marca e comunidade, o ativo "audiência" se tornou monetizável, e deve estar na mesa de decisões estratégicas.
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