Juiz condena fábricas de suco a compensação milionária
Quatro maiores indústrias de suco de laranja do País terão de pagar indenização milionária por danos trabalhistas causados aos empregados do setor
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 21h18.
Franca, SP - Uma decisão da Vara do Trabalho em Matão, na região de Araraquara (SP), condenou nesta semana as quatro maiores indústrias de suco de laranja do País a indenização milionária por danos trabalhistas causados aos empregados do setor. As empresas ainda terão de interromper a terceirização de toda a cadeia de produção da fruta, desde o cultivo até a colheita, algo que tem sido comum e foi motivo de reclamação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A sentença foi proferida pelo juiz do Trabalho Renato da Fonseca Janon e prevê o pagamento de uma indenização que chega a R$ 455 milhões. São citadas as companhias Sucocítrico Cutrale, Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial (LDC) e Citrovita/Citrosuco. Todas pretendem apresentar recursos. A Vara do Trabalho informou que os réus têm oito dias para apresentar defesa. Os fabricantes confirmaram nesta terça-feira que recorrerão do julgamento.
Janon levou em conta um período superior a dez anos de irregularidades trabalhistas que teriam sido cometidas. De acordo com o veredicto, a transferência a terceiros fica proibida tanto em terras das companhias quanto em áreas de parceiros. Foi estipulado o prazo de 180 dias para o cumprimento da determinação, sob pena de incorrer em multa diária no valor de R$ 1 milhão.
A dificuldade teria começado com o surgimento das cooperativas que passaram a responder pela apanha do fruto. Porém, houve a denúncia de que as empresas estariam por trás, coordenando tudo, porém, sem oferecer qualquer garantia aos trabalhadores que atuam terceirizados. Por isso, o juiz do Trabalho viu prejuízos à categoria em todos esses anos e impôs uma compensação elevada ao somar todo o tempo em que o sistema funciona dessa maneira.
Na visão da Justiça, as companhias lucrariam ao fiscalizar os pomares e controlar as entregas, mas sem ter qualquer responsabilidade sobre o trabalho nas lavouras. O Ministério Público prevê que a decisão deve atingir, diretamente, mais de 200 mil empregados do setor. Se mantida, eles deverão ser contratados pelas fábricas com todos os diretos assegurados a qualquer outro funcionário com registro em carteira.
Números
Pela resolução judicial, o valor do ressarcimento será dividido entre as quatro empresas. A Cutrale terá de arcar com R$ 150 milhões, enquanto que Citrosuco e Citrovita - que estão em processo de união - pagarão R$ 195 milhões. A Dreyfus desembolsará R$ 55 milhões. Todo esse dinheiro iria para instituições assistenciais. Mas, somados a esses valores, as empresas em conjunto foram penalizadas em R$ 40 milhões a título de abuso do direito de defesa. A Cutrale, sozinha, ainda terá de destinar R$ 15 milhões a uma campanha educativa.
Franca, SP - Uma decisão da Vara do Trabalho em Matão, na região de Araraquara (SP), condenou nesta semana as quatro maiores indústrias de suco de laranja do País a indenização milionária por danos trabalhistas causados aos empregados do setor. As empresas ainda terão de interromper a terceirização de toda a cadeia de produção da fruta, desde o cultivo até a colheita, algo que tem sido comum e foi motivo de reclamação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
A sentença foi proferida pelo juiz do Trabalho Renato da Fonseca Janon e prevê o pagamento de uma indenização que chega a R$ 455 milhões. São citadas as companhias Sucocítrico Cutrale, Louis Dreyfus Commodities Agroindustrial (LDC) e Citrovita/Citrosuco. Todas pretendem apresentar recursos. A Vara do Trabalho informou que os réus têm oito dias para apresentar defesa. Os fabricantes confirmaram nesta terça-feira que recorrerão do julgamento.
Janon levou em conta um período superior a dez anos de irregularidades trabalhistas que teriam sido cometidas. De acordo com o veredicto, a transferência a terceiros fica proibida tanto em terras das companhias quanto em áreas de parceiros. Foi estipulado o prazo de 180 dias para o cumprimento da determinação, sob pena de incorrer em multa diária no valor de R$ 1 milhão.
A dificuldade teria começado com o surgimento das cooperativas que passaram a responder pela apanha do fruto. Porém, houve a denúncia de que as empresas estariam por trás, coordenando tudo, porém, sem oferecer qualquer garantia aos trabalhadores que atuam terceirizados. Por isso, o juiz do Trabalho viu prejuízos à categoria em todos esses anos e impôs uma compensação elevada ao somar todo o tempo em que o sistema funciona dessa maneira.
Na visão da Justiça, as companhias lucrariam ao fiscalizar os pomares e controlar as entregas, mas sem ter qualquer responsabilidade sobre o trabalho nas lavouras. O Ministério Público prevê que a decisão deve atingir, diretamente, mais de 200 mil empregados do setor. Se mantida, eles deverão ser contratados pelas fábricas com todos os diretos assegurados a qualquer outro funcionário com registro em carteira.
Números
Pela resolução judicial, o valor do ressarcimento será dividido entre as quatro empresas. A Cutrale terá de arcar com R$ 150 milhões, enquanto que Citrosuco e Citrovita - que estão em processo de união - pagarão R$ 195 milhões. A Dreyfus desembolsará R$ 55 milhões. Todo esse dinheiro iria para instituições assistenciais. Mas, somados a esses valores, as empresas em conjunto foram penalizadas em R$ 40 milhões a título de abuso do direito de defesa. A Cutrale, sozinha, ainda terá de destinar R$ 15 milhões a uma campanha educativa.