Jovens sentem culpa, tristeza e ansiedade com futuro do clima
O sentimento denominado em geral como ansiedade climática é motivo de pesquisas crescentes para medir sua prevalência antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, a COP26
Reuters
Publicado em 22 de outubro de 2021 às 12h05.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h07.
Sobrecarregados, tristes, com sentimento de culpa é como alguns jovens dizem se sentir quando pensam na mudança climática e nos temores de que os líderes mundiais não conseguirão enfrentá-la.
A EXAME estará na COP26. Acompanhe tudo em primeira mão.
O sentimento denominado em geral como ansiedade climática é motivo de pesquisas crescentes para medir sua prevalência antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 ( COP26 ) em Glasgow, que começa no final deste mês para decidir como colocar em vigor o Acordo de Paris de 2015 para conter a mudança climática.
Financiado pela Avaaz, uma rede de campanha virtual, e liderado pela Universidade de Bath, um dos maiores estudos até o momento entrevistou 10 mil pessoas de 16 a 25 anos em 10 países e publicou seus resultados em setembro.
Ele revelou que cerca de três quartos dos entrevistados consideram o futuro assustador, e a falta de ação dos governos e da indústria faz 45% sentirem ansiedade climática e angústia, que afetam suas vidas cotidianas e seu funcionamento.
Elouise Mayall, uma estudante de ecologia da britânica Universidade de Ânglia Oriental e membro da Coalizão dos Jovens pelo Clima do Reino Unido, disse à Reuters que se sente culpada e sobrecarregada.
"O que me restaria seria, talvez, uma sensação de vergonha, do tipo 'como você ainda ousa querer coisas adoráveis quando o mundo está acabando e você nem sabe se terá um mundo seguro no qual envelhecer?'".
Radicado em Londres, o psiquiatra Alastair Santhouse vê a mudança climática e a Covid-19 possivelmente aumentando este fardo, especialmente para os predispostos à ansiedade.