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Jornais buscam rentabilidade no meio digital

Executivos dos grupos Estado, Folha e de outros jornais discutiram o jornalismo digital no VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2011 às 10h08.

São Paulo - Em um momento positivo, em que veem a circulação crescer, os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade nos conteúdos digitais nos próximos cinco anos. Os caminhos para se chegar a isso foram discutidos ontem pelos executivos dos principais jornais do País, durante o VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo.

Diante do crescimento da classe C, do envelhecimento da população e do aumento do número de pessoas com acesso a computador, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, vê boas perspectivas para o mercado. "É importante reforçar a circulação tanto do jornal impresso como do digital". Mas ele ressaltou que os jornais precisam buscar alternativas à receita com publicidade nos próximos cinco anos.

De acordo com o executivo, a receita publicitária é instável e fragmentada. Por isso, é preciso rentabilizar os meios digitais. "O modelo para os próximos cinco anos tem de focar nas pessoas que paguem pelo conteúdo". Ele reforçou a sua argumentação com dados do New York Times, que hoje tem 40% da receita proveniente da circulação, 39% da publicidade do jornal impresso, 14% do meio digital e 7% de outros meios. Em 2005, a publicidade offline respondia por 61%, a digital por 5% e a circulação equivalia a 27%.

A avaliação de Genesini é compartilhada pelo diretor-geral da Infoglobo, Marcello Moraes. Mas, para ele, conseguir rentabilidade nos meios digitais é uma mudança que tem de ser feita rapidamente, nos próximos seis meses. "Não precisamos fazer nada no desespero, mas temos de ser rápidos". Na análise do executivo, o País pode aproveitar o momento atual, que é positivo, com aumento da receita publicitária, para testar novas alternativas.

Um dos caminhos para rentabilizar a mídia digital seria cobrar pelo conteúdo diferenciado, deixando livre o "hard news", que se trata de uma informação considerada como commodity. Ele observou que, atualmente, os jornais precisam mudar a forma de planejamento e começar a trabalhar com cenários múltiplos. "Hoje não estamos na era do ou, mas do e. Isto é, da mídia digital e em papel".

O diretor-superintendente do Grupo Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, concorda com a necessidade de rentabilizar os meios digitais. Na avaliação dele, a forma para rentabilizar os conteúdos digitais deve ser um modelo hegemônico. No momento, disse ele, cada empresa está buscando as suas alternativas. "Se são criadas dificuldades para acessar o conteúdo, não há aumento da audiência nem da receita. Qual seria então o modelo para conciliar as duas coisas?", questionou o executivo.


Nativos

Walter de Mattos Junior, diretor-presidente e editor do Grupo Lance! e vice-presidente da ANJ, disse que o desafio de rentabilizar os meios digitais é grande porque muitos leitores já nasceram usando esse meio e não estão acostumados a pagar por essa informação. "Os nativos digitais não estão acostumados a pagar pelo conteúdo", afirmou. "Não temos mais tempo a perder e estamos entregando mercadoria de graça".

Apesar da revolução tecnológica, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, fez questão de frisar que o que garante a força do jornal é a qualidade do conteúdo, isto é, a informação diferenciada obtida por profissionais preparados, e a integração entre as redações online e offline. "Estamos otimistas. Acreditamos na mídia online e na impressa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - Em um momento positivo, em que veem a circulação crescer, os jornais brasileiros encaram o desafio de conseguir rentabilidade nos conteúdos digitais nos próximos cinco anos. Os caminhos para se chegar a isso foram discutidos ontem pelos executivos dos principais jornais do País, durante o VIII Seminário Nacional de Circulação da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo.

Diante do crescimento da classe C, do envelhecimento da população e do aumento do número de pessoas com acesso a computador, o diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, vê boas perspectivas para o mercado. "É importante reforçar a circulação tanto do jornal impresso como do digital". Mas ele ressaltou que os jornais precisam buscar alternativas à receita com publicidade nos próximos cinco anos.

De acordo com o executivo, a receita publicitária é instável e fragmentada. Por isso, é preciso rentabilizar os meios digitais. "O modelo para os próximos cinco anos tem de focar nas pessoas que paguem pelo conteúdo". Ele reforçou a sua argumentação com dados do New York Times, que hoje tem 40% da receita proveniente da circulação, 39% da publicidade do jornal impresso, 14% do meio digital e 7% de outros meios. Em 2005, a publicidade offline respondia por 61%, a digital por 5% e a circulação equivalia a 27%.

A avaliação de Genesini é compartilhada pelo diretor-geral da Infoglobo, Marcello Moraes. Mas, para ele, conseguir rentabilidade nos meios digitais é uma mudança que tem de ser feita rapidamente, nos próximos seis meses. "Não precisamos fazer nada no desespero, mas temos de ser rápidos". Na análise do executivo, o País pode aproveitar o momento atual, que é positivo, com aumento da receita publicitária, para testar novas alternativas.

Um dos caminhos para rentabilizar a mídia digital seria cobrar pelo conteúdo diferenciado, deixando livre o "hard news", que se trata de uma informação considerada como commodity. Ele observou que, atualmente, os jornais precisam mudar a forma de planejamento e começar a trabalhar com cenários múltiplos. "Hoje não estamos na era do ou, mas do e. Isto é, da mídia digital e em papel".

O diretor-superintendente do Grupo Folha, Antônio Manuel Teixeira Mendes, concorda com a necessidade de rentabilizar os meios digitais. Na avaliação dele, a forma para rentabilizar os conteúdos digitais deve ser um modelo hegemônico. No momento, disse ele, cada empresa está buscando as suas alternativas. "Se são criadas dificuldades para acessar o conteúdo, não há aumento da audiência nem da receita. Qual seria então o modelo para conciliar as duas coisas?", questionou o executivo.


Nativos

Walter de Mattos Junior, diretor-presidente e editor do Grupo Lance! e vice-presidente da ANJ, disse que o desafio de rentabilizar os meios digitais é grande porque muitos leitores já nasceram usando esse meio e não estão acostumados a pagar por essa informação. "Os nativos digitais não estão acostumados a pagar pelo conteúdo", afirmou. "Não temos mais tempo a perder e estamos entregando mercadoria de graça".

Apesar da revolução tecnológica, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, fez questão de frisar que o que garante a força do jornal é a qualidade do conteúdo, isto é, a informação diferenciada obtida por profissionais preparados, e a integração entre as redações online e offline. "Estamos otimistas. Acreditamos na mídia online e na impressa". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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