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Esqueça o SXSW: João Kepler quer criar o maior evento de inovação da atualidade. Como?

Em março, a Bossanova, fundo de early stage de Kepler, promove a segunda edição do Bossa Summit; evento deve reunir 6 mil pessoas

João Kepler, CEO da Bossanova: evento com foco em geração de negócios para 6 mil pessoas (Divulgação/Divulgação)

João Kepler, CEO da Bossanova: evento com foco em geração de negócios para 6 mil pessoas (Divulgação/Divulgação)

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias

Repórter de Negócios e PME

Publicado em 2 de março de 2023 às 13h03.

Última atualização em 2 de março de 2023 às 17h19.

O mercado de tecnologia anda entusiasmado com a retomada dos grandes eventos. O hiato dos últimos dois anos em virtude da pandemia de covid-19 dá lugar a ânimos aflorados com as grandes conferências de tecnologia que costumam receber milhares de visitantes anualmente, a exemplo de festivais de renome como TechCrunch e o South By Southwest (SXSW), que acontecem em terras americanas. No Brasil o cenário não é diferente. O ano de 2023 marca a retomada dos festivais e conferências e também a chegada de eventos gringos do gênero, como o Web Summit, de Lisboa.

Ficar de fora desse bolo não estava nos planos de João Kepler. O fundador da Bossanova Investimentos, fundo de micro venture capital brasileiro, queria ter um evento para chamar de seu. Inspirado pelos moldes dos grandes “summits” internacionais, ele criou o seu próprio: o Bossa Summit, que teve sua primeira edição em 2022.

O intuito era consolidar um trabalho de formiguinha feito há anos pela Bossanova e reunir os principais agentes de seu próprio ecossistema — que incluiu de investidores a empreendedores novatos e grandes empresas para conectá-los e gerar negócios na base da troca e olho no olho. O esforço reuniu boa parte da base de clientes da Bossanova, um montante de mais de 3.000 pessoas que marcaram presença na edição passada.

Agora, com planos mais ousados, a ideia de Kepler é transformar o Bossa Summit no principal evento de empreendedorismo e conexão com investidores da América Latina. A próxima edição acontece nos dias 23 e 24 de março, em São Paulo. “Queremos receber pelo menos 6 mil pessoas, 3 mil a mais do que no ano passado. Já o número de novos negócios fechados nesses dois dias, esperamos que seja incontável”, diz Kepler.

Sobre o que será o evento

Por trás da intenção de basear os dois dias de programação nas oportunidades de networking está a percepção de Kepler de que os demais Summits ao redor do mundo pouco priorizam as dores reais dos empreendedores. “Eventos da magnitude dos que vemos mundo afora dificilmente conseguem focar na conexão. É difícil endereçar as necessidades dos fundadores e dos investidores assim”, avalia.

Sendo assim, afirma Kepler, o foco do Bossa Summit está na geração de capital — algo que o distancia dos demais eventos de inovação que acontecem por aqui. “O Bossa Summit é sobre dinheiro. Não competimos com outros eventos de startups no Brasil, porque o intuito sempre foi ser voltado à geração de negócios: fechar deals entre startups,  investidores e corporações”, diz.

Do lado do conteúdo, o foco do Bossa Summit será o de trazer palestras de grandes empreendedores e investidores, além de sessões mais técnicas para quem busca investimento ou quer investir. Na lista estão  bancos, financeiras, consultorias, boutiques de M&A, entre outros. Serão, ao todo, cinco palcos, 400 expositores e mais de 60 fundos de investimento.

Quais são os desafios

De acordo com o CEO, o principal desafio do evento está em “furar a bolha do venture capital”. Para ele, isso nada mais é do que conseguir atrair corporações e fazê-las entender, no detalhe, o mundo das startups e do venture capital, e como a conexão e auxílio a essas empresas pode ser vantajosa do ponto de vista estratégico “Queremos alcançar pessoas de fora da nossa bolha, para mostrar como podemos ser úteis a eles. Conectar o mundo das startups ao restante do mundo”, diz.

O contexto também impõe seus próprios desafios. Com o mercado de tecnologia em corda bamba, o declínio no volume de aportes direcionados a startups e até mesmo grandes casos de quebra de compliance como o da Americanas servem de alerta para que investidores estejam, naturalmente, mais cautelosos. “O mercado se encarregou de colocar seus obstáculos. Mas entendemos que nunca foi tão importante falar sobre tudo isso como agora, pois nada instiga mais o empreendedor do que um novo problema para resolver”, diz.

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