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João Kepler quer captar R$ 1 bilhão em parceria inédita com escritório de investimentos

O investidor-anjo e fundador da Bossa Invest está apostando na diversificação da sua holding, Equity Fund Group (EQF), e espera alcançar R$ 3 bilhões no 'valuation' de suas empresas investidas até 2027

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 11h18.

O executivo João Kepler, conhecido por seu portfólio rico em startups e por fundar a Bossa Investimentos, está dando um novo passo no mercado financeiro. Com a sua holding Equity Fund Group (EQF), Kepler acaba de fechar uma parceria com a consultoria Azure Investimentos, escritório de investimentos plugado à plataforma do banco BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

A decisão de Kepler em se juntar à Azure se baseia em uma demanda crescente de seus clientes por uma gestão financeira mais integrada. A meta é ambiciosa: captar R$ 1 bilhão em recursos nos próximos 12 meses.

Fundada por Bruno Coimbra, Rodolfo Amaral, Caio Fernandes e Gabriel Malvezi, a Azure atua como intermediária entre clientes e instituições financeiras.

Tradicionalmente, a EQF, que também tem como sócio os investidores Nilio Portela e Túlio Mêne, sempre focou em investimentos de longo prazo, como startups e negócios de tecnologia. No entanto, muitos clientes também buscavam alternativas mais imediatas e diversificadas.

"Era preciso oferecer opções que se adequassem ao perfil de cada investidor, tanto para o curto quanto para o longo prazo", diz o executivo​. Este movimento é inédito para Kepler, conhecido por atuar majoritariamente no setor de venture capital (capital de risco).

Por que investir em ativos líquidos?

Em entrevista, Kepler revela que, até então, grande parte dos recursos de seus clientes e empresas investidas estava dispersa em diferentes bancos e corretoras, sem uma gestão centralizada. A estimativa é que R$ 500 milhões tenham sido perdidos apenas em 2023 devido à falta de uma estrutura focada em ativos líquidos.

Portanto, o executivo vê essa nova fase como uma evolução natural de seu ecossistema de negócios, que passa a oferecer não apenas capital, mas também serviços de gestão, comunicação e consultoria empresarial.

"Agora, nossos clientes terão acesso a uma variedade de ativos, com o suporte de especialistas qualificados", afirma. A estratégia visa centralizar os investimentos em uma única plataforma, aumentando a eficiência e a rentabilidade do portfólio​.

Metas ousadas e estratégias de captação

O foco inicial da parceria é alcançar R$ 1 bilhão em custódia no primeiro ano. Para isso, Kepler pretende aproveitar a própria base de clientes e empresas da EQF, que já possuem uma capacidade financeira considerável.

"Temos um potencial significativo dentro de casa, e agora estamos centralizando os investimentos na Azure", diz o executivo​. O plano de expansão também inclui atrair novos investidores que busquem uma gestão mais diversificada de seus ativos.

Kepler também traçou uma meta de longo prazo para sua holding: alcançar R$ 3 bilhões no valuation de suas empresas investidas até 2027. A estratégia para atingir esse objetivo inclui a aquisição de novos negócios no setor financeiro, como consultorias, fintechs e soluções de gestão.

Para isso, Henrique Martines foi nomeado para liderar a nova unidade de negócios da EQF. Com experiência no setor financeiro, o ex-sócio do fundo de investimentos Monte Bravo será responsável por identificar novas oportunidades de investimento e expandir os serviços da Azure.

Kepler acredita que a combinação de soluções de venture capital com uma gestão mais tradicional de ativos pode ser um marco para o mercado financeiro brasileiro. "Queremos oferecer uma gestão financeira completa, desde o investimento em startups até a diversificação em ativos líquidos", conclui​.

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