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Jeff Bezos, da Amazon, passa Bill Gates e é o mais rico do mundo

O presidente da Amazon atingiu o feito depois de uma valorização impressionante de sua companhia, da qual detém cerca de 17%

Bezos: Só nesta semana, ele ficou mais de 3 bilhões mais rico, graças a valorização da Amazon (Spencer Platt/Getty Images/Getty Images)

Bezos: Só nesta semana, ele ficou mais de 3 bilhões mais rico, graças a valorização da Amazon (Spencer Platt/Getty Images/Getty Images)

GK

Gian Kojikovski

Publicado em 27 de julho de 2017 às 10h53.

Última atualização em 27 de julho de 2017 às 14h01.

Jeff Bezos, 53, tornou-se nesta quinta-feira a pessoa mais rica do mundo. O americano, nascido no Novo México e fundador da gigante da tecnologia Amazon, passou Bill Gates como dono da maior fortuna do planeta ao chegar a estimados 90,5 bilhões de dólares, frente a 90,1 bilhões do compatriota que, por coincidência, também reside na cidade de Seattle. Ao longo do dia, conforme as ações da companhia se valorizarem ou desvalorizarem, isso pode mudar. Fato é que, pela primeira vez, Bezos chegou ao topo da lista.

O presidente da Amazon atingiu o feito depois de uma valorização impressionante de sua companhia, da qual detém cerca de 17%. A Amazon começou o ano com suas ações na casa dos 753 dólares, mas atingiu os 1.068 dólares na manhã desta quinta, numa valorização de mais de 40%, para uma capitalização de mercado total de 504 bilhões de dólares.

A fortuna de Bezos, por sua vez, seguiu o mesmo ritmo. Só nesta semana, ele ficou mais de 3 bilhões mais rico, graças à valorização da Amazon. Desde o início do ano, seu patrimônio cresceu quase 25 bilhões de dólares. Em 2016, ele já havia tido o maior crescimento para o mesmo ano da história da lista de bilionários da revista americana Forbes, de 27,6 bilhões de dólares – Jorge Paulo Lemann, o brasileiro mais bem colocado, está em 25º lugar, com um patrimônio atual de pouco mais de 30 bilhões de dólares.

O bilionário também é dono do jornal The Washington Post, comprado em 2013 por 250 milhões de dólares. Desde então, ele modificou o modelo de negócios do jornal, que voltou a dar lucro depois de anos, mesmo em uma indústria que passa por dificuldades cada vez maiores. “Não sabia nada sobre negócios em jornais, mas entendo um pouco de internet”, Bezos responde quando perguntado sobre o assunto. Além disso, a empresa aeroespacial privada Blue Origin também é propriedade do empresário.

Dos livros para o mundo

Criado pela mãe e pelo padrasto cubano, Bezos fez carreira bem-sucedida em um fundo de Wall Street até largar tudo, em 1994, para criar uma loja de venda de livros online. Dos livros, o e-commerce evoluiu para vender quase tudo que o consumidor pode comprar, além de colocar o pé em diversificados negócios que vão de computação na nuvem, com a Amazon Web Services (AWS), até eletrônicos, como a assistente virtual Alexa e a plataforma de streaming de filmes e séries Prime.

Mas muito antes dessa diversificação, a empresa fez sua oferta pública de ações (IPO) na Nasdaq no início de maio de 1997 depois de pouco mais de dois anos de operação – dobrando de tamanho a cada três meses. O IPO levantou 54 milhões de dólares e avaliou a empresa em 438 milhões, com um valor de 18 dólares por ação. Considerando três splits de ações feitos pela companhia, isso significa que quem investiu 100 dólares no IPO teria, hoje, cerca de 71.000 dólares em ações.

Nesse meio tempo, a empresa desenvolveu o Amazon Web Services (AWS), o serviço de computação na nuvem, que é o maior e mais confiável do tipo no mundo. Mesmo enfrentando uma concorrência cada vez maior da Microsoft, ele segue crescendo a um ritmo sempre acima dos 40% por trimestre. A AWS é responsável por cerca de 10% da receita da empresa, mas, ao mesmo tempo, é o negócio que tem as maiores margens de lucro e é visto como parte importante do futuro.

Além disso, no começo de junho, a Amazon anunciou sua grande entrada no mundo do varejo físico ao comprar a Whole Foods, uma rede de supermercados americana focada em alimentos saudáveis, em uma operação de 13,7 bilhões de dólares. Junto com o lançamento da loja conceito Amazon Go, o movimento mostra que, mais do que o varejo online, o rumo da empresa para os próximos anos é tentar iniciativas cada vez maiores no varejo físico.

Em meio a tudo isso, a empresa está expandindo sua operação no Brasil, lançando seu marketplace de livros (vendia livros eletrônicos desde 2012 e livros físicos “próprios” desde 2015), que em breve deve tornar-se um marketplace geral, assim como nos Estados Unidos, conforme adiantou EXAME. Enfim, a Amazon passará a concorrer com as brasileiras B2W, Cnova e outras que tentam se firmar no setor.

Como convencionou-se dizer no mercado, a Amazon é a única companhia do mundo que anuncia investimentos diversos como em computação na nuvem e em uma rede de alimentos saudáveis e consegue convencer analistas de que está fazendo a coisa certa. Até aqui, isso vem dando resultado e levou Jeff Bezos a tornar-se o homem mais rico do mundo.

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