Itaú Unibanco: Até o fim do ano, diretor afirmou que o volume de crédito deve cair, mas a taxas maiores (Germano Luders / Exame)
Karin Salomão
Publicado em 4 de agosto de 2015 às 13h09.
São Paulo - Em um ambiente econômico instável, o Itaú Unibanco está se protegendo com uma carteira de crédito mais conservadora e taxas maiores. Dessa forma, apresentou lucro líquido de 5,984 bilhões de reais no 2º trimestre, alta de 22,1% na comparação com um ano antes.
A estratégia de focar em linhas de crédito mais seguras já se desenvolve há algum tempo. Os produtos de consignado e de crédito imobiliário cresceram 52,3% e 20,8%, respectivamente, em relação ao ano anterior, também aumentando sua participação no mix da carteira de crédito.
Já o crédito total aumentou 9,3% na comparação ano a ano. Até o fim do ano, Marcelo Kopel, diretor de relações com investidores, afirmou que "há uma menor disposição dos agentes da economia de tomarem recursos", diminuindo o volume da carteira de crédito.
Pessoas físicas adiam trocas de carros, por exemplo - o financiamento para veículos despencou 30,2% em relação ao ano passado. Já as empresas fazem investimentos menores, também diminuindo a demanda por crédito.
No entanto, no cenário de maior risco, as taxas cobradas também são maiores. Apesar da demanda fraca, o banco continua mantendo o crescimento de sua carteira e margem estável ou em alta.
Apesar da preocupação por buscar linhas de crédito de menor risco, a inadimplência cresceu em relação ao trimestre anterior.
No curto prazo, de 15 a 90 dias, a inadimplência aumentou de 2,9% para 3,0% de um trimestre para o outro. No longo prazo, de 90 dias, foi de 3,0% para 3,3%. Kopel afirma que o índice ainda deve crescer até o fim do ano.
No caso de pessoas físicas, o índice deve crescer com desemprego maior e ambiente macroeconômico desfavorável. Já para pessoas jurídicas, a dificuldade vem das grandes empresas.
Com a aquisição da divisão brasileira do HSBC, anunciada ontem, 3, o Bradesco encosta no concorrente em valor de ativos: alcançou 16% do total de ativos dos bancos (7,471 trilhões de reais), pouco menos que o Itaú, com 16,2%.
Sobre a aquisição do banco concorrente, Kopel afirmou que "é uma transação que irá fortalecer o sistema financeiro, o que vemos com bons olhos". "É um player bem conhecido e capitalizado, e mantém a solidez do sistema preservada", afirmou.