Itaú divulga resultado contra coronavírus e inadimplência
Analistas projetam lucro líquido recorrente de R$ 7,26 bilhões; mas o resultado pode surpreender negativamente, como aconteceu com o balanço do Bradesco
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2020 às 06h28.
Última atualização em 4 de maio de 2020 às 06h55.
O banco Itaú deve anunciar lucro líquido recorrente de 7,26 bilhões de reais referente ao primeiro trimestre ante os 6,9 bilhões de reais registrados no mesmo período do ano passado. Ao menos, esse é o consenso de mercado, de acordo com relatório do BTG Pactual.
Mas os dados exatos – que serão divulgados após o fechamento de mercado nesta segunda-feira – podem surpreender negativamente, assim como aconteceu na quinta-feira com o balanço do Bradesco. A expectativa era de um lucro líquido de mais de 5,5 bilhões de reais, segundo o UBS, e o que se viu foi uma cifra menor, de 3,75 bilhões de reais.
Mas não é só essa linha do balanço que deve chamar atenção de investidores e analistas. É importante também acompanhar indícios de aumento de inadimplência, em meio ao caos da pandemia de coronavírus, e as medidas tomadas de provisionamento de perdas. “É provável que o provisionamento se expanda substancialmente devido à mudança no cenário macro (em nossa visão, esse movimento deve ser maior no Itaú do que seus principais pares)”, escrevem analistas do UBS, em relatório.
Os especialistas acrescentam que o índice de inadimplência dos bancos de países emergentes deve subir de 1,9% para 2,4%, atingindo o nível mais alto desde 2007. “As carteiras mais vulneráveis são de pequenas e médias empresas e de pessoas físicas”, escrevem os especialistas em relatório.
Especificamente sobre o Itaú, o que se tem reportado até o momento é o aumento do volume de depósitos, “provavelmente causado pela busca dos clientes por bancos e investimentos mais seguros” e a possibilidade de postergar novamente o pagamento de parcelas de empréstimos vencidas – medida voltada para pessoas físicas e para micro e pequenas empresas.
“Além disso, houve aumento acentuado de originação de empréstimos corporativos. Na nossa opinião, isso provavelmente foi causado pelo uso de linhas de crédito ‘stand by’ por grandes empresas (observe que esse aumento no desembolso provavelmente não continuará)”, afirmam analistas do UBS.