Itaú teria comprado 49% da XP Investimentos. Banco nega
Negociação pela compra da corretora que cresceu vendendo a ideia que de banco não presta teria sido fechada nesta madrugada, segundo Estadão
Tatiana Vaz
Publicado em 11 de maio de 2017 às 08h27.
Última atualização em 11 de maio de 2017 às 12h42.
São Paulo - O Itaú Unibanco , maior banco privado do país, teria fechado na manhã de hoje a compra de 49% da XP Investimentos , empresa que cresceu pregando a desbancarização de milhares de investidores no país. Por meio da assessoria de imprensa, o banco nega a informação.
A notícia da negociação foi antecipada pela coluna Primeiro Lugar, da Revista Exame, e a compra foi confirmada nesta manhã pela coluna Direto da Fonte, do Estadão, com a informação de que a negociação entre as partes levou a madrugada inteira para ser concluída.
Se confirmada, a aquisição teria sido fechada na véspera de a corretora pedir registro junto àComissão de Valores Mobiliários (CVM)para realização de seu IPO na bolsa.
O valor da XP projetado para a abertura de capital era estimado entre 12 e 15 bilhões de reais, enquanto o Itaú fechou março com um caixa de 60 bilhões de reais. Com isso, a estimativa é a de que a transação envolva, ao menos, seis bilhões de reais.
O prospecto da oferta afirma que a XP tinha 68,8 bilhões de reais ativos sob custódia no fim de março e cerca de 2% do mercado de investimentos Pessoa Física no país.
Os produtos financeiros são ofertados hoje por 1.970 agentes autônomos distribuídos em mais de 550 escritórios e 132 cidades do país, assessorando 168 mil clientes.
Além do plataforma aberta de investimentos, a empresa também tem receitas com suas unidades XP Educação e o portal financeiro Infomoney.
Pelo acordo, osatuais sócios da XP, liderados pelo fundador Guilherme Benchimol, manteriam o controle da companhia, que seria administrada de forma independente.
Além da compra de um grande ativo, o Itaú levaria com a negociação a vantagem de eliminar um concorrente promissor, que cresce a passos largos.
Ritmo generoso
Fundada há 15 anos por Benchimol, a XP começou a operar em uma pequena sala na capital gaúcha, Porto Alegre, com a oferta de poucos produtos de investimentos até chegar ao atual patamar de receber dois bilhões de reais por mês em novas captações.
O faturamento cresce ao ritmo generoso de dois dígitos anuais - apenas em 2015 o crescimento foi de 70% e, no ano passado, chegou a 1 bilhão de reais. Hoje já tem 40 bilhões de reais sob sua custódia, com a ambição de atingir 100 bilhões de reais até o final deste ano.
A estratégia de crescimento também foi apoiada em um agressivo plano de aquisições, especialmente de corretoras menores não ligadas a grandes bancos. A última aquisição foi a corretora Rico, sua maior rival até então, fechada em dezembro.