Ipiranga quer preservar direitos no caso ALL-Rumo
Maior distribuidora do país não é contra incorporação da América Latina Logística pela Rumo, mas não quer que joint venture obtenha vantagens no escoamento
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2014 às 11h09.
São Paulo - A Ipiranga , do grupo Ultra, entrou com pedido de isonomia no Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) no processo que envolve a incorporação da América Latina Logística (ALL) pela Rumo, do grupo Cosan , de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Segunda maior distribuidora de combustíveis do país, atrás da BR Distribuidora (Petrobras), a companhia não é contra o negócio, mas quer garantir que seus direitos sejam preservados, caso a operação seja aprovada pelo órgão antitruste.
Ou seja, a Ipiranga não quer que a Raízen , joint venture entre Cosan e Shell , receba qualquer vantagem no escoamento de combustíveis por ferrovia por ser subsidiária do grupo. A Raízen é a terceira maior distribuidora do Brasil. Apenas cerca de 20% do escoamento de combustíveis é feito por ferrovia.
No dia 21 de julho, a Rumo protocolou no Cade a proposta feita pelo grupo para a incorporação da ALL, gerando o processo 08700.005719/2014-65, informou o Cade. Ao protocolar a transação, o departamento jurídico da Cosan trabalhou na argumentação de que, com a transação, a nova Rumo-ALL atenderá diversos clientes sem priorizar empresas da Cosan. Essa é a preocupação de muitas entidades, sobretudo de grãos e açúcar.
Vence hoje o prazo para as empresas se manifestarem sobre a transação. O Cade também tem conversado com empresas de diversos setores para entender se a operação pode prejudicá-las.
Foi o caso do grupo São Martinho, um dos maiores processadores de cana do País, que foi um dos procurados para responder se a transação afetaria de alguma forma suas operações. O grupo informou que não será prejudicado e é favorável à transação. Procuradas, Cosan e Ipiranga não comentam o assunto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.