Iovine está pronto para virar bilionário com venda da Beats
Produtor musical entrará para o hall dos bilionários se a Apple completar uma oferta de US$ 3,2 bilhões para comprar a fabricante de fones
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2014 às 19h04.
Londres/Nova York - Jimmy Iovine, o veterano produtor e executivo da indústria musical, será bilionário se a Apple completar uma oferta para comprar a Beats Electronics por US$ 3,2 bilhões.
O presidente da Interscope Geffen A&M Records fundou a Beats, fabricante de fones de ouvido de luxo e serviço de streaming de música, em 2006 junto com o artista de hip-hop Dr. Dre, cujo nome verdadeiro é Andre Young.
Os dois transformaram a empresa em uma das fabricantes líderes na indústria da eletrônica de acessórios musicais exclusivos.
“Ele é um cara incrivelmente talentoso”, disse o bilionário David Geffen, em entrevista por telefone do seu apartamento em Nova York. “Ele fez um trabalho brilhante promovendo a Beats e provavelmente seja o primeiro bilionário a surgir do hip-hop”.
Iovine, 61, é dono de 25 por cento da empresa com sede em Santa Monica, Califórnia, e Young possui 20 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg.
As participações foram confirmadas por uma fonte do setor que solicitou o anonimato, pois os detalhes são privados.
Os lucros da transação, além de milhões de dólares cobrados em mais de cinco décadas como produtor de artistas como U2 e Fleetwood Mac, e de sua posse da Interscope Records, darão a Iovine uma fortuna líquida superior a US$ 1 bilhão, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.
Susie Arons, porta-voz de Iovine na Rubenstein Communications, com sede em Nova York, disse que o magnata da música não quis comentar sobre sua fortuna líquida.
Reforçando a Apple
A compra da Beats, que seria a maior aquisição já feita pela Apple, poderia reforçar as capacidades musicais on-line da fabricante do iPhone ao lhe dar a posse do serviço Beats Music, criado neste ano.
Por US$ 10 por mês, os assinantes obtêm acesso ilimitado a todas as músicas no catálogo do serviço mediante um smartphone, tablet ou navegador web.
Iovine receberá US$ 800 milhões quando for completada a transação. O ganho de capital provavelmente seja taxado em 33 por cento, conforme uma combinação de taxas fiscais estaduais e federais fornecida pela empresa de contabilidade Haskell White, com sede em Irvine, Califórnia.
Young receberá US$ 640 milhões. Um vídeo publicado no YouTube no dia em que surgiu a notícia do interesse da Apple mostrava Young fazendo alusão à oferta, dizendo “o primeiro bilionário no hip-hop, logo aqui”.
Com base em uma análise dos seus lucros com a transação, impostos e lucros anteriores com seus álbuns e como produtor, Young provavelmente tenha uma fortuna líquida de mais de US$ 600 milhões, de acordo com o índice da Bloomberg.
Arons, quem também se encarrega da publicidade para Young, disse que a estrela de rap não quis comentar.
Investidores externos Entre os acionistas da empresa também está a Vivendi SA, com sede em Paris, que é dona da Interscope Geffen A&M e tomou uma participação de 14 por cento após a fundação da Beats, segundo uma fonte do setor que solicitou o anonimato porque a informação é privada.
A Access Industries Holdings, controlada pelo bilionário Len Blavatnik, liderou um grupo que investiu US$ 60 milhões no serviço de streaming da Beats em 2013.
A empresa de private-equity Carlyle Group comprou uma participação minoritária na empresa em 2013 depois que a HTC Corp. revendeu 51 por cento que tinha adquirido por cerca de US$ 300 milhões.
Iovine é um veterano da indústria da música com créditos como engenheiro de gravação e produtor em numerosos álbuns multiplatina, incluindo “Born to Run” de Bruce Springsteen, “Rattle and Hum” de U2 e “Damn The Torpedoes” de Tom Petty and the Heartbreakers.
Ele fundou a Interscope Records em 1990 com seu antigo sócio Ted Field e lançou música de U2, Nine Inch Nails, The Black Eyed Peas, Eminem e 50 Cent.
Sua fortuna além da Beats inclui compensações, royalties obtidos como produtor de álbuns e lucros da venda da sua posse na Interscope.
O cálculo da sua fortuna líquida subtrai o pagamento de um acordo de divórcio baseado em cerca de metade da sua fortuna na época da separação em 2009.