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Investigação sobre Eike está apenas começando, diz delegado

Delegado responsável pela investigação afirmou que "seria prematuro declarar o fim"

Eike Batista: procuradores apresentaram acusações de corrupção e lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eike Batista: procuradores apresentaram acusações de corrupção e lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 14h29.

A investigação da Polícia Federal sobre o ex-bilionário Eike Batista e possíveis contas não declaradas do empresário no exterior está apenas começando e deve levar meses, segundo o delegado responsável pelo caso Antônio Carlos Beabrun.

“A investigação ainda está sendo aprofundada”, disse Beabrun, que dirige o desdobramento da Operação Lava Jato no Rio, em entrevista na sede local da Polícia Federal. “Seria prematuro declarar o fim.”

Eike teve uma ascensão meteórica e se tornou o homem mais rico do Brasil ao criar um império de commodities e logística que se afundou em dívidas depois de frustrada a produção de petróleo que daria sustentação ao projeto.

Os procuradores apresentaram acusações de corrupção e lavagem de dinheiro contra ele pelo suposto pagamento de US$ 16,5 milhões ao ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, preso em novembro.

Ambos são alvos da Operação Lava Jato, que implicou dezenas de empresários e políticos importantes em um esquema de propinas na Petrobras.

Fernando Martins, o advogado de Eike em relação a essas acusações, não respondeu imediatamente a um e-mail e a um telefonema para comentar o assunto.

Em uma breve entrevista na televisão no momento de sua prisão, no fim de janeiro, Eike negou que tenha cometido erros.

A polícia do Rio está em estreito contato com autoridades dos EUA e de outros países para buscar outros recursos ilícitos que Eike possa ter no exterior, disse Beabrun.

A colaboração começa com a Interpol, que tem sua representação local no mesmo edifício da PF, no Boulevard Olímpico do Rio.

Processos civis separados, abertos na Flórida e nas Ilhas Cayman por entidades associadas ao investidor americano Paul Tien, levaram a congelar US$ 63 milhões dos ativos de Eike em todo o mundo; pelo menos US$ 7 milhões foram efetivamente encontrados e congelados.

Na peça de 97 páginas, Eike é acusado de transferir até US$ 572 milhões para as Bahamas em 2013 e outros US$ 90 milhões para a Suíça.

Eike também teria transferido até US$ 89 milhões em dinheiro e imóveis para seus dois filhos e para sua ex-namorada, segundo documentos judiciais tornados públicos em janeiro.

Darwin Correa, outro advogado de Eike, negou as acusações da ação judicial e disse em comunicado por e-mail que a transferência de US$ 572 milhões está relacionada ao pagamento de dívidas com a venda de sua unidade de energia.

Ele não respondeu especificamente ao pedido para comentar sobre os outros recursos mencionados na ação.

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