Negócios

Interesse da Gol pela Webjet é pelos slots, diz especialista

Com aquisição, Gol ganha pelo menos direito de mais 150 voos domésticos diários para 16 destinos

Com Webjet, Gol se aproxima em participação de mercado com a TAM (Renata Carvalho/Veja)

Com Webjet, Gol se aproxima em participação de mercado com a TAM (Renata Carvalho/Veja)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 11 de julho de 2011 às 13h14.

São Paulo - A tentativa da Gol comprar a Webjet tem uma justificativa muito simples: com o negócio, a companhia aérea vai ganhar pelo menos 150 voos diários e, assim, diminuir a distância no mercado doméstico com a TAM, líder do setor e sua principal concorrente.

O negócio confirma a estratégia da Gol de focar seus esforços no mercado interno. “O fato de ganhar slots já explica o interesse, além disso, a Gol ganhará também 24 aeronaves, que voam para 16 destinos diferentes”, afirmou Luiz Adônis Batista Pinheiro, professor de transporte aéreo da Universidade Tuiuti do Paraná.

Segundo ele, o negócio não é, no entanto, uma reposta da Gol  a compra da Pantanal pela TAM. “Não vejo assim. São operações distintas, a Webjet opera com rotas de grande densidade. Já a Pantanal tem rotas extremamente regionais”, afirmou. “O interesse maior da Gol é pelas rotas que a Webjet opera em São Paulo e Rio de Janeiro”.

O negócio anunciado, nesta sexta-feira (8/7), será fechado pelo valor aproximado de 311 milhões de reais (entre dinheiro e dívida) , podendo sofrer ajuste até a conclusão do negócio.  O montante é considerado baixo pelo tamanho da companhia aérea.

Há a dúvida, no entanto, de saber se a saúde financeira da Webjet vai bem ou não. “Ninguém vende uma empresa quando o negócio está indo muito bem, ainda mais com o preço tão baixo”, afirmou Pinheiro.

Namoro antigo

Esta não é a primeira vez que a Gol negocia com a Webjet. Há dois anos, a companhia deu a entender que o negócio não foi para frente devido a Webjet não estar em uma situação financeira favorável, segundo afirmações de Constantino Oliveira Junior, presidente da Gol.

“Hoje, a situação é diferente. O mercado de transporte aéreo cresce até 4 vezes mais que a economia do país e a demanda deve aumentar ainda mais com os eventos esportivos previstos pelos para os próximos anos no país, como Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olímpiadas”, disse Pinheiro.

De acordo com ele, o negócio nada tem a ver com o fracasso da compra da Varig pela Gol  em 2007. “São momentos totalmente distintos. Não é possível fazer comparações. Pois a demanda hoje é muito maior do que a de quatro anos atrás”, afirmou o especialista.

Com a aquisição da Webjet, a Gol terá aproximadamente 40% de participação de mercado. A TAM tem aproximadamente 45%, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Acompanhe tudo sobre:AnacAviaçãoAviõescompanhias-aereasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasFusões e AquisiçõesGol Linhas AéreasServiçosSetor de transporteTAMWebjet

Mais de Negócios

Ele usou o dinheiro da festa de casamento para abrir um bar. Hoje, a rede fatura R$ 60 milhões

11 franquias mais baratas do que viajar para as Olimpíadas de Paris

Os planos da Voz dos Oceanos, nova aventura da família Schurmann para livrar os mares dos plásticos

Depois do Playcenter, a nova aposta milionária da Cacau Show: calçados infantis

Mais na Exame