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Integração de abatedouros da BRF à Minerva vai levar 9 meses

A contagem começa a partir de outubro, para quando está prevista a transferência de posse da BRF pela Minerva, segundo executivos da empresa


	Produtos da BRF: a Minerva anunciou o acordo em novembro de 2013
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Produtos da BRF: a Minerva anunciou o acordo em novembro de 2013 (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 17h40.

São Paulo - O processo de integração das unidades de abate de bovinos da BRF adquiridas pela Minerva deverá demorar cerca de nove meses a partir de outubro, para quando está prevista a transferência de posse, disseram nesta quarta-feira executivos da Minerva.

A venda de ativos foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no fim de agosto. O negócio prevê que duas unidades de bovinos da BRF em Mato Grosso passarão para a Minerva em troca da transferência de 15,2 por cento das ações da empresa para a BRF.

"Em nove meses a gente espera trazer as margens dessas operações para as margens do resto do Minerva. Obviamente as margens no início vão ser piores", disse o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle.

Em uma conversa com jornalistas em São Paulo, Ticle e o presidente da companhia, Fernando Queiroz, não revelaram valores da economia esperada com a sinergia entre as unidades, uma vez que os dados operacionais das unidades da BRF estão sendo conhecidos apenas agora.

"A utilização de capacidade da companhia deve cair. A gente assume plantas que não estão utilizando capacidade no mesmo nível que no Minerva, mas em 2 a 3 trimestres a gente traz as novas plantas para o mesmo nível do resto do Minerva", disse Ticle.

Atualmente, a utilização da capacidade instalada está entre 70 e 75 por cento, disse Queiroz, avaliando que é um dos melhores índices do setor no Brasil.

A Minerva anunciou o acordo com a BRF, maior exportadora de carne de frango do mundo, em novembro de 2013, envolvendo abatedouros em Várzea Grande e Mirassol D'Oeste.

DESTINO DA MDF O Cade aprovou o negócio com uma condicionante, ressaltando que a BRF, empresa que surgiu da incorporação da Sadia pela Perdigão, não poderia avançar por meio de aquisições em mercados de produtos processados, segundo determinação anterior do Cade para a formação da empresa.

O órgão antitruste apontou que, com a aquisição de participação minoritária na Minerva, a BRF acabou também se tornando minoritária da Minerva Dawn Farms (MDF), empresa de processados controlada pela Minerva.

Os executivos da Minerva disseram nesta quarta que avaliam diversas opções para atender à exigência do Cade, incluindo a venda da MDF. Outra opção seria realizar um rearranjo societário no qual a BRF deixaria de ter participação na MDF.

"Temos também 4 ou 5 opções intermediárias", disse Ticle. "Estamos estudando todas as opções e vamos perseguir a que traga mais valor à companhia. Não temos preferência por nenhuma das possibilidades." Segundo ele, o prazo acertado com o Cade para uma solução ao caso da MDF é confidencial. No entanto, o executivo classificou o cronograma como "dilatado".

"Não temos nenhuma urgência", disse Ticle.

Segundo a Minerva, o faturamento da MDF é de cerca de 200 milhões de reais por ano.

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