A pesquisa indica que nenhuma empresa de construção civil está otimista com ações do governo para o segmento nos próximos 12 meses (Justin Sullivan/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2015 às 11h24.
Rio de Janeiro - A perspectiva de curto prazo da indústria de materiais de construção para vendas parou de piorar, mas as estimativas para o setor em 2015 devem ser revisadas para baixo. Um levantamento da Abramat, associação que representa o setor, mostra que 39% das indústrias esperam que o desempenho de vendas no mês seguinte seja "ruim" ou "muito ruim". Em junho, essa era a previsão de 55% delas.
Para 10%, a previsão é "muito ruim", enquanto outros 29% preveem vendas "ruins". Ainda, 6,5% estão otimistas para agosto, no mesmo patamar previsto para julho, enquanto 55% esperam desempenho regular (ante 35%) e 6%, bom (estável).
"As sondagens de confiança começam a indicar que julho atingiu um ponto mínimo, onde devem permanecer algum tempo, com vendas baixas", disse o presidente da associação, Walter Cover. Além disso, a base de comparação fraca no segundo semestre de 2014 permite alguma melhora comparativa e a alta recente do dólar deve favorecer a substituição de importações, disse Cover.
Ainda assim, a Abramat deve reduzir a estimativa para as vendas de 2015, atualmente de recuo de 2%. Os dados de julho serão conhecidos no começo de agosto, provavelmente com nova projeção. Em 2014, a queda foi de 4,7%. "Nós estamos achando que a reversão (da piora nas vendas) que eu mencionei é uma coisa lenta e gradual, mas aparentemente junho e julho foram o piso de queda", disse.
A expectativa de lançamentos, ainda este ano, da terceira fase do programa habitacional Minha Casa Minha Vida e os leilões de concessão de infraestrutura podem melhorar o humor do mercado, segundo Cover.
Os dados mais recentes da Abramat mostram que as vendas de materiais de construção caíram 0,1 por cento em junho na comparação anual, a décima sexta queda consecutiva.
A pesquisa indica que nenhuma empresa de construção civil está otimista com ações do governo para o segmento nos próximos 12 meses. Em junho, 7% delas estavam otimistas.
As pretensões de investimentos ficaram quase estáveis, com 48% indicando aportes em julho, ante 50% em junho. Um ano antes, o percentual era de 51%. Tradicionalmente esse patamar é de cerca de 70%.