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Incognia capta US$ 15 milhões para levar segurança aos apps — até mesmo os de bancos

Startup de segurança e identidade digital usa geolocalização para evitar fraudes em aplicativos financeiros, de delivery e no e-commerce

André Ferraz, CEO da Incognia: startup de identidade digital capta US$ 15,5 milhões (Incognia/Divulgação)

André Ferraz, CEO da Incognia: startup de identidade digital capta US$ 15,5 milhões (Incognia/Divulgação)

A Incognia, startup de segurança digital, quer levar suas etapas de verificação de identidade para aplicativos de todo o mundo. Com um sistema que funciona por geolocalização, a Incognia permite que empresas verifiquem a autenticidade de alguns acessos e percebam irregularidades e fraudes a tempo de evitar um grande desastre financeiro ou de roubo de dados.

É uma proposta que levou a empresa de Recife a conquistar grandes clientes como iFood, will bank e FortBrasil e que, mais recentemente, resultou em um investimento de US$15,5 milhões em uma rodada série A liderada pela Point72 Ventures e anunciada ao mercado nesta quinta-feira, 02.

A Incognia já havia recebido aportes de fundos como Valor Capital, Prosus, Endeavor e Unbox Capital, da família Trajano. Em comum, todos investimentos aconteceram em momentos que antecederam a mudança da empresa. Antes de focar nas verificações digitais, a Incognia era Inloco, e olhava para publicidade digital em um passado (não tão) distante em que não adotava  a segurança digital como base de seu modelo de negócios.

A transformação começou em 2020, quando a vertical de publicidade foi vendida para o Magazine Luiza. Pouco mais de um ano depois, a empresa anunciou novo nome, marca e, é claro, seu modus operandi. As mudanças vieram na esteira do desejo da Incognia em focar nas soluções de prevenção de fraude em transações digitais a partir da criação de uma identidade baseada na localização dos usuários.

De lá para cá, o negócio se provou. A solução da empresa para substituição dos arcaicos login e senha já chegou a 200 milhões de dispositivos em 20 países — metade deles apenas no Brasil. “Estamos melhor agora do que jamais estivemos. É muito bom ver resultados chegando tão rápido”, diz André Ferraz, CEO e cofundador da startup. “O aporte é a melhor validação que poderíamos ter agora”.

Além disso, a startup ampliou o leque de setores atendidos para além do e-commerce, delivery e finanças. Hoje, atende também empresas de mídias sociais e games.

Nas companhias de mídia, a tecnologia da Incognia é capaz de detectar usuários falsos, além de identificar perfis abertos e administrados por robôs. “Só por afirmar isso já dá para saber que Twitter não é nosso cliente”, brinca Ferraz. Já no segmento de games, a startup tem aproveitado o crescente número de transações digitais e transferências de bens “imateriais” para evitar fraudes. "Basicamente, dizemos quem são os usuários confiáveis e não confiáveis e que podem representar algum risco em uma venda ou troca de informações".

Com o investimento atual, a intenção da empresa é aumentar as verbas dedicadas ao marketing em busca de novos clientes. “Sabemos que uma empresa que testa nossa tecnologia sempre a contrata. Então a questão é chegar até mais gente”, diz.

A Incognia também quer crescer nos mercados internacionais em que atua, especialmente Estados Unidos, Índia e México, além de fincar de vez os pés na Europa, América Latina e Sudeste asiático. “A ideia é crescer e se consolidar ainda mais nesses mercados como líderes de verdade em nosso segmento”.

Se todos os planos saírem do papel, a startup deve chegar a meio bilhão de dispositivos nos próximos 12 meses e triplicar a receita no mesmo período — a empresa não divulga o faturamento.

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