Café: brasileiros têm consumido mais durante período de quarentena (Daniel Acker/Bloomberg)
Bloomberg
Publicado em 12 de setembro de 2020 às 13h43.
Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 12h36.
A produção da Nestlé está a todo vapor no Brasil, em resposta ao aumento da demanda entre consumidores que passam mais tempo em casa e também como uma proteção contra interrupções da oferta.
A produção total no Brasil, desde sorvete até ração para pets, deve ter subido 15% em relação aos níveis de 2019, no que deve ser um “bom” ano para a empresa suíça apesar da pandemia, disse em entrevista Marcelo Melchior, que comanda as operações no país.
No início da pandemia, as quarentenas derrubaram as vendas para restaurantes, hotéis e shoppings, ao mesmo tempo que houve maior demanda por itens tipicamente consumidos em casa. A Nestlé então começou a fazer contratações e a realocar funcionários para operar com capacidade total em todas as operações.
Líder de vendas de café instantâneo e em cápsula no Brasil com as marcas Nespresso e Dolce Gusto, a empresa observa um salto das compras de produtos mais sofisticados para consumo doméstico.
“As pessoas trouxeram para casa o prazer que costumavam sentir ao tomar um café em uma boa cafeteria ou restaurante”, disse Melchior. Esse comportamento também se estendeu aos ingredientes culinários, à medida que as pessoas tentam tornar as quarentenas mais agradáveis.
No segmento fora de casa, a recuperação das vendas tem sido lenta em meio à cautela persistente dos consumidores, embora as vendas online tenham dobrado, o que ajuda a amortecer o golpe. Ainda assim, Melchior não vê uma mudança permanente de comportamento.
“O consumo fora de casa sobreviveu a muitos problemas, incluindo guerras, e sempre foi retomado”, disse. “Como será o retorno desta vez? Não sabemos. Os seres humanos, porém, são sociais.”