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Fundadora da RME, a maior rede de apoio a mulheres empreendedoras do país, Ana Fontes é símbolo do empoderamento feminino nos negócios

Ana Fontes, fundadora da RME: "Sonho viver em uma sociedade mais justa e inclusa para as mulheres" (Exame/Divulgação)
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Publicado em 24 de julho de 2024 às 18h00.

Ana Fontes gosta de dizer que mulheres e dinheiro podem, e devem, estar na mesma frase. É com essa visão que, há 15 anos, ela tem ajudado a impulsionar a trajetória de milhões de brasileiras, para que alcancem sua autonomia econômico-financeira. A empresária é fundadora e presidente da Rede Mulher Empreendedora, a primeira e maior rede de apoio a empreendedoras do Brasil. Desde 2010, a iniciativa pioneira já impactou a vida de mais de 10 milhões de pessoas, repassou mais de 40 milhões de reais (em microdoações e capital-semente) e conecta em seus grupos e canais mais de 1,5 milhão de mulheres.

Seu trabalho, reconhecido internacionalmente, se tornou referência para outras organizações e fez de Fontes um ícone do empreendedorismo feminino no país. Em 2017, ela ainda ampliou seu impacto com a fundação do Instituto RME, o braço social da Rede Mulher Empreendedora, focado em capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade social — especialmente negras, trans, residentes em comunidades e com mais de 50 anos. Hoje, ela também é presidente do W20, grupo de engajamento do G20, vice-presidente do conselho do Pacto Global da ONU e membro do “Conselhão” da Presidência da República, além de pales- trante, professora de MBA, consultora e conselheira de grandes empresas.

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“É um orgulho ter construído uma organização de referência, ter pautado o empreendedorismo feminino na última década no país e estar em espaços relevantes de poder para levantar os temas que são caros para as mulheres”, diz. “Também é uma conquista ter unido vários atores para olhar para o empreendedorismo feminino e ter trazido como aliadas grandes empresas que são apoiadoras dessa causa”, complementa.

A JORNADA NÃO FOI FÁCIL

Foi há quase duas décadas que essa inspiradora trajetória começou a ser escrita. Mulher, nordestina e de origem negra, Fontes vivia discriminações no universo corporativo que ofuscavam seu talento, quando tomou coragem e pediu as contas. Quis o destino que naquele momento surgisse uma oportunidade de ouro: um programa da FGV com o grupo Goldman Sachs que pro- porciona educação empresarial a mulheres empreendedoras estava com inscrições abertas. Capacitada e com um brilho incomum, entre 1.000 inscritas Ana Fontes foi uma das 35 selecionadas.

Mas ela queria ir além. Já com o espírito de multiplicar conhecimento, que seria o coração da RME, a publicitária criou um blog para compartilhar seus aprendizados. Transformando suas experiências em conexões fora do ambiente online, em um ano ela havia formado uma rede com impressionantes 100.000 mulheres, que depois se tornaria a inovadora Rede Mulher Empreendedora.

Até aqui, no entanto, a jornada não foi fácil. “Tive de lidar muitas vezes com a vontade de desistir, com o medo de não dar conta dos desafios, com a falta de apoio. No início do negócio, não tinha dinheiro para pagar as contas. E não sabia se o caminho estava correto, pois não havia muitos exemplos de empreendedoras no meu território e era um negócio sem referência no Brasil”, recorda-se Fontes.

CONSCIÊNCIA DO SEU PAPEL

Sob a sua liderança inspiradora, atualmente a RME é um negócio social premiado e bem-sucedido, que efetivamente impacta a vida de mulheres empreendedoras no Brasil inteiro por meio de cursos, programas, mentorias, eventos e conteúdo. Para essa engrenagem funcionar, a plataforma conta com um time de colaboradores diretos, cerca de 1.000 voluntárias espalhadas pelo país, em torno de 100 especialistas e uma série de grandes empresas, fundações e entidades parceiras. Tão admirada e reconhecida quanto o seu projeto, a empreendedora que enfrentou tantos desafios para ajudar outras mulheres é hoje uma líder mais consciente do seu papel no mundo, muito focada no seu propósito e que entende a responsabilidade de ser exemplo para outras pessoas e organizações.

Depois de tantas realizações, o seu grande desejo é que a atuação da RME esteja menos em criar condições para as mulheres terem acesso à autonomia econômica e mais em desenvolvimento e crescimento dos negócios, sem as dificuldades que essas empreendedoras ainda enfrentam. “E, mesmo sendo utópico agora, também sonho viver em uma sociedade mais justa e inclusiva para as mulheres, onde questões como violência e espaços de poder não tenham mais que ser discutidas”, conclui.

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