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IBM tem chance na briga por "supremacia quântica" com o Google?

Em setembro de 2019, a gigante da tecnologia criou um dos computadores quânticos mais avançados; em outubro, o Google disse ter alcançado a supremacia

IBM (IBMB34) (Sergio Perez/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 05h41.

Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 14h45.

São Paulo — Em meio a uma briga futurista que vem opondo gigantes da tecnologia no presente, a IBM divulga nesta terça-feira o balanço de seu 4° trimestre fiscal, o que deve consolidar os lucros de 2019 e revelar se a guinada para os serviços em nuvem e computação quântica está agradando seus investidores.

Nos últimos três trimestres fiscais, a empresa apresentou lucros decepcionantes, e por isso vem tentando superar a concorrência em áreas ‘futurísticas’ como a da computação quântica.O objetivo é se adiantar em relação em a um nicho que pode ser o principal imã de lucro no futuro.

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Além de concluir a compra da produtora de software em nuvem Red Hat por 36 bilhões de dólares em 2019, a IBM também entrou em uma ‘batalha quântica’ com o Google .A disputa entre as duas empresas deve continuar movimentando o setor tecnológico em 2020, mas para a IBM, mais do que garantir um mercado do futuro, sair na frente da Google pode significar garantir os lucros do presente.

Em seu balanço do 3° trimestre de 2019, ainda antes da estreia de um supercomputador quântico, a receita total da IBM caiu 3,9%, para 18,03 bilhões de dólares, pouco abaixo da expectativa de 18,2 bilhões de dólares. No mesmo período,o lucro líquido caiu para 1,67 bilhão de dólares, ou 1,87 dólar por ação, ante 2,69 bilhões, ou 2,94 dólares por papel, de um ano antes.

A IBM diz possuir um dos computadores quânticos mais avançados do mundo, com capacidade de processamento de 53 qubits, frente a 20 qubits de sua última tentativa.

 

O anúncio foi feito no último mês de setembro e animou analistas sobre o futuro da empresa. Mas um mês depois, em outubro, o Google disse ter alcançado a supremacia quântica com a criação de um supercomputador chamado Sycamore. A empresa informou que o processador pôde executar um cálculo que levaria dez mil anos para ser feito por uma supercalculadora clássica em apenas três minutos.

A maior diferença entre a computação clássica e a quântica é a velocidade com a qual as informações são processadas. Enquanto os processadores atuais têm capacidade para trabalhar em alternância entre 0 e 1, que é o que permite que nosso computador realize os cálculos com os quais estamos acostumados, os processadores quânticos não possuem apenas dois estados (0 ou 1 da computação clássica), mas sim uma infinidade de outros intervalos entre 0 e 1, o que os torna milhões de vezes mais potentes e capaz de processar muito mais informação de uma só vez.

Em entrevista a EXAME, Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da IBM no Brasil, confirmou que a inovação da empresa estará ligada à computação quântica. Mas antes, os resultados desta terça-feira devem mostrar se, na vida real, os lucros do presente pavimentarão um futuro.

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