EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
É sempre difícil pôr uma etiqueta de preço em bens intangíveis como honra, integridade, confiança ou ética, mas o negócio fechado anteontem (30 de julho) entre a IBM e a Pricewaterhouse Coopers (PwC) ajuda a pelo menos dar uma noção dos valores envolvidos. A IBM comprou a consultoria da PwC por 3,5 bilhões de dólares. Há pouco mais de um ano e meio, a mesmíssima parte da PwC foi quase-quase vendida para a Hewlett-Packard, diz-se que por... 18 bilhões de dólares.
É um deságio de quase 80%. Por que tanto? Um bocado porque a maioria dos projetos de consultoria da PwC são do ramo de tecnologia da informação, que anda em baixa. Outro bocado é porque o Congresso americano, no mundo pós-Enron, aprovou uma medida que vai tornar quase impossível uma empresa vender serviços de auditoria e consultoria ao mesmo cliente -- isso significa que a PwC deverá perder algo entre 20% e 40% dos seus clientes. (Claro que boa parte deles a IBM pode recuperar, pois não presta auditorias).
De qualquer modo, descontado o efeito-bolha do ano passado, a diferença abissal de valores mostra o preço que uma empresa pode ter de pagar (ou, no caso, deixar de receber) para viver num mundo mais transparente.