IBM aposta em computação quântica para voltar a crescer
A companhia quer tomar a dianteira em projetos audaciosos para ir além de lucros não tão animadores que vem registrando nos últimos balanços
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2019 às 06h53.
Última atualização em 17 de julho de 2019 às 07h26.
A gigante norte-americana da computação IBM quer ampliar seus lucros retomando uma de suas principais marcas: olhar sempre para o futuro.
Após registrar resultados decepcionantes nos últimos três períodos fiscais, a companhia apresenta nesta terça-feira (17), o balanço de seu segundo trimestre de 2019. Em janeiro deste ano, marchando à frente de outras mega-empresas do setor, a IBM apresentou o primeiro computador quântico pensado para uso comercial.
O objetivo é se adiantar em relação às concorrentes e dominar um nicho que pode ser principal imã de lucro no futuro.
Nos negócios do presente, a IBM não vai muito bem. No primeiro trimestre deste ano,o lucro líquido da empresa de informática diminuiu 5,2% em relação ao mesmo período de 2018, caindo para 1,6 bilhão de dólares. Já a receita ficou em 18,2 bilhões de dólares, em queda pelo terceiro trimestre consecutivo.
A pioneira da tecnologia vem dando passos largos no sentido de atender demandas do futuro, e evidentemente lucrar com elas. Em entrevista recente a EXAME, Ulisses Mello, diretor do laboratório de pesquisas da empresa de informática no Brasil, reafirmou que a inovação da empresa estará ligada à computação quântica.
“Estamos avaliando as áreas com as quais a computação quântica tem maior aderência. Estudamos quais problemas físicos que são difíceis de se resolver com computação clássica e que podem se beneficiar na computação quântica”, disse Mello.
A maior diferença entre a computação clássica e a quântica é a velocidade com a qual as informações são processadas.
Enquanto os processadores atuais têm capacidade para trabalhar em alternância entre 0 e 1, que é o que permite que nosso computador realize os cálculos com os quais estamos acostumados, os processadores quânticos não possuem apenas dois estados (0 ou 1 da computação clássica), mas sim uma infinidade de outros intervalos entre 0 e 1, o que o torna milhões de vezes mais potente e capaz de processar muito mais informação de uma só vez.
Nesta semana, o site holandês LetsGoDigital revelou que a empresa registrou também uma patente para um relógio inteligente que é capaz de se transformar em uma espécie de celular.
Para conseguir chegar forte no futuro, porém, a IBM precisa melhorar seus resultados no presente. Vale para a empresa uma das máximas do mercado financeiro: o que é o futuro se não um somatório de trimestres?