Hopi Hari, parque localizado em Louveira (SP), foi reaberto após quase sete meses fechado por causa da pandemia do novo coronavírus (Hopi Hari/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de setembro de 2020 às 08h49.
Uma enorme máscara azul cobria neste sábado, 26, o logotipo do Hopi Hari logo na entrada quando o parque, localizado em Louveira (SP), foi reaberto após quase sete meses fechado por causa da pandemia do novo coronavírus. Na roleta de acesso, funcionários com face shields - as máscaras de acrílico - mediam a temperatura do público e, no interior, faxineiros desinfetavam incansavelmente todos os brinquedos, bancos e superfícies que encontravam pela frente, seguindo as novas regras.
Algumas das atrações, como os cinemas e corredores de terror, continuam desativadas por funcionarem em espaços fechados. Já as liberadas têm marcações no chão que indicam onde cada pessoa deve esperar sua vez na fila. Os 600 funcionários que trabalham no parque receberam um treinamento intensivo sobre como lidar com o público nesse novo contexto.
"Não posso permitir que as pessoas andem sem máscaras, mas ao mesmo tempo temos de ter educação para cobrar isso sem constrangimento", diz Alexandre Rodrigues, o presidente do país fictício que dá nome a um dos maiores parques da América Latina. Segundo ele, uma equipe interna trabalhou desde abril, em parceria com a Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra), no desenvolvimento das novas normas de acesso.
Agora o Hopi Hari funciona com apenas 40% da sua capacidade de lotação, o que significa um número máximo de 11 mil pessoas por dia. E Rodrigues não descarta a adoção de medidas adicionais, se houve necessidade: "Vamos testar na prática". Abrindo entre sexta-feira e domingo, a expectativa do parque é de receber ao menos 100 mil visitantes até o fim do ano.
Nas curtas filas de acesso aos brinquedos, o distanciamento social de um metro e meio não era respeitado à risca por todos os visitantes, mas a máscara só saía do rosto na praça de alimentação, onde adesivos nos bancos indicavam quais estavam liberados ou não para uso.
"Tem de 'pular' uma mesa para sentar", alertava a faxineira Josefa de Souza. Entre um grupo e outro, todos os brinquedos são desinfetados com álcool em gel antes de começarem o próximo ciclo. Apesar de muitas, as precauções não incomodavam quem visitou o parque na manhã quente de sábado.
As engenheiras Thaís Mendes, de 33 anos, e Carla Massari, de 37, chegaram às 10 horas para levar os filhos Maria Julia, de 5 anos e Gabriel, de 3, ao parque, em um raro momento ao ar livre, algo que não acontecia desde março. "Ficamos completamente em casa esse tempo todo, só à base de televisão e doce", disse Thaís.
"Tem sido meio complicado", admitiu Rafael Rocha, de 39 anos, que saiu de Mangaratiba, no Rio, na noite de sexta-feira, 25 com os dois filhos e o sobrinho, com idades entre 7 e 13 anos. "Eles só estavam saindo de casa para dar uma volta na rua à noite ou ir para a casa da avó, só com TV e internet. Não é a mesma coisa."
Rocha foi infectado pelo coronavírus há cerca de um mês e passou três semanas em isolamento. "Se eu comecei a me sentir mal ficando em casa, imagina elas (as crianças)", afirmou.
O dia também foi de estreia para um grupo de dez amigos que trabalha na companhia aérea Azul, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, e que visitou no sábado o parque pela primeira vez, após algumas tentativas frustradas. "Depois de tanto tempo, foi reconfortante e renovador", contou Kananda Costa, de 23 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.