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Herdeiros tomam o poder: fortuna recorde muda de mãos em 2025

Só em 2025, 91 herdeiros receberam US$ 297,8 bilhões, o maior valor já registrado pela UBS

Herança: nova geração assume fortunas bilionárias com foco em autonomia e impacto social. (Getty Images)

Herança: nova geração assume fortunas bilionárias com foco em autonomia e impacto social. (Getty Images)

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 11h27.

Em 2025, herdeiros receberam um total de US$ 297,8 bilhões, o maior volume já registrado desde o início da série histórica do Billionaire Ambitions Report, da UBS. O valor representa um crescimento de 36% em relação a 2024, mesmo com um número menor de pessoas envolvidas: foram 91 novos bilionários por herança no período.

A maior parte das fortunas herdadas está concentrada na Europa Ocidental, com destaque para a Alemanha, onde duas famílias farmacêuticas responderam por 15 das transferências. A região somou US$ 149,5 bilhões, mais que o dobro da América do Norte, onde 18 herdeiros receberam US$ 86,5 bilhões.

Viúvas, filhos e o avanço feminino

Entre os novos bilionários, 27 são mulheres que herdaram fortunas familiares ou dos cônjuges. Entretanto, mais da metade das bilionárias que surgiram em 2025 entraram na lista por meio de herança, e não por negócios próprios.

Casos emblemáticos incluem Marilyn Simons, viúva do gestor de fundos Jim Simons, e Rekha Jhunjhunwala, viúva do megainvestidor indiano Rakesh Jhunjhunwala. Com 258 representantes, as mulheres detêm hoje US$ 1,5 trilhão em ativos herdados, com patrimônio médio 9,2% maior do que no ano anterior.

O número de bilionários multigeracionais chegou ao maior nível já registrado: 860 indivíduos detêm, juntos, US$ 4,7 trilhões em patrimônio herdado. A maioria vive na Europa, onde antigas dinastias familiares ainda predominam. Já nos Estados Unidos, embora esses bilionários sejam menos numerosos, concentram as maiores fortunas individuais, que somam US$ 2,1 trilhões.

A expectativa da UBS é que o processo se intensifique. Até 2040, pelo menos US$ 5,9 trilhões devem ser transferidos globalmente para filhos e cônjuges. Só os Estados Unidos devem concentrar US$ 2,8 trilhões desse total, seguidos pela Europa Ocidental, com projeção de US$ 1,3 trilhão.

Herdeiros com visão própria

Apesar do volume inédito de heranças, o desejo dos bilionários que passam o bastão é claro: 82% esperam que seus filhos busquem independência financeira, mesmo com acesso às fortunas da família.

Segundo o relatório, apenas 43% desejam que os herdeiros continuem à frente dos negócios. A maioria defende que desenvolvam habilidades próprias e usem a riqueza herdada para causar impacto social. Um em cada dois entrevistados afirma querer ver os filhos utilizando o dinheiro para “mudar o mundo”.

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