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Heineken vende cervejas mais caras, mas tem custos maiores

Volumes de cerveja da Heineken caíram 1,9% no terceiro trimestre, mas marca premium Heineken teve destaque, principalmente no Brasil

Heineken: Heineken disse que lucrará menos por volume vendido diante da transição do consumo em bares para lojas, enquanto os custos provavelmente serão mais altos do que no ano anterior (Kham/Reuters)

Heineken: Heineken disse que lucrará menos por volume vendido diante da transição do consumo em bares para lojas, enquanto os custos provavelmente serão mais altos do que no ano anterior (Kham/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 10h07.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 10h23.

Em casa e distante dos bares, os consumidores preferem cervejas mais caras e premium - e uma fabricante de cerveja tem se beneficiado disso. O grupo Heineken, segunda maior cervejaria do mundo, vê um aumento nas vendas principalmente de sua marca carro-chefe, enquanto outras marcas mais econômicas sofrem mais. A fabricante acaba de divulgar os números de vendas do terceiro trimestre do ano, com um desempenho melhor do que o esperado e surpreendente aumento nas vendas de cerveja nas Américas, mas disse que a incerteza ainda causada pela pandemia de Covid-19 a impede de fornecer uma previsão confiável para 2020.

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Globalmente, o volume de cerveja de todo o grupo caiu 1,9% no trimestre e 8,1% nos primeiros nove meses do ano. Isso se compara a uma queda média esperada de 5,9% em pesquisa compilada pela empresa. Todas as regiões se saíram melhor do que o esperado, exceto a Ásia, que teve queda no seu segundo mercado mais importante, o Vietnã. No geral, os volumes de cerveja nas Américas aumentaram 2,5%, com crescimento de cerca de 10% nos Estados Unidos e no Brasil, onde a Heineken está se expandindo após uma aquisição em 2017 que a tornou a segunda maior cervejaria do mercado, atrás da Ambev.

A marca premium Heineken, no entanto, cresceu 7,1% no trimestre e 1% nos primeiros nove meses. O principal mercado para essa marca foram as Américas, com alta de 28,8% e de 20% no volume no trimestre e no acumulado do ano. A venda da cerveja carro-chefe da fabricante cresceu dígitos duplos em 25 mercados, incluindo Brasil, China, Estados Unidos, Nigéria, Cingapura e Polônia. A nova marca sem álcool da empresa, a Heineken 0.0, também teve vendas fortes no Brasil, além do México e Estados Unidos. A marca chegou a 11 novos mercados no trimestre e já é vendida em 69 países.

    No Brasil, o volume total de cerveja cresceu cerca de 10% a 15%. Assim como no mundo, o que puxou o aumento foram as vendas das marcas premium e mainstream, como Heineken, Devassa e Amstel. Já as marcas mais econômicas, como Schin, Bavaria e Kaiser cresceram levemente.

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    Essa transição das vendas em bares para as vendas em lojas tem um custo. A Heineken disse que lucrará menos por volume vendido diante da transição do consumo em bares para lojas, enquanto os custos provavelmente serão mais altos do que no ano anterior. A cervejaria já reduziu gastos e algumas despesas de capital. Também afirmou que irá começar a reestruturar a sua sede e escritórios regionais em 2021, com o objetivo de reduzir custos de equipe em 20%.

    Mesmo com as reaberturas em vários mercados no último trimestre, a pandemia continua causando volatilidade no mercado - com risco da segunda onda de contágios na Europa e outras regiões. Com certa recuperação durante o verão nos países do hemisfério norte, "a contínua volatilidade é esperada no quarto trimestre, já que muitos mercados experimentam ondas adicionais as restrições correspondentes, incluindo fechamentos de negócios e com consequências econômicas", diz a empresa na divulgação de resultados.

    A cervejaria suspendeu sua previsão para 2020 em abril, conforme a pandemia tomou conta do mundo. Nesta quarta-feira, a companhia disse que fornecerá apenas uma visão geral para o resto do ano.

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