Guilherme Dias, Bruna Guimarães, Mariana Dias e Robson Ventura, sócios da Gupy (Gupy/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 15 de março de 2023 às 16h51.
Última atualização em 16 de março de 2023 às 11h35.
Ainda em ritmo acelerado graças à conclusão de ao menos três aquisições no último ano, a Gupy — startup com soluções voltadas ao setor de recursos humanos — mantém o fôlego para anunciar novidades. Nesta semana, a empresa inaugurou seu mais novo escritório, na cidade de São Paulo, além de divulgar um reposicionamento que pretende distanciá-la da imagem de empresa de recrutamento de candidatos e a deixar mais próxima de ser descrita como uma "plataforma integrada para o RH".
A empresa acaba de inaugurar seu novo escritório exatos três anos após a migração forçada (e total) para o online em função da pandemia de covid-19. A nova sede, localizada na Avenida Paulista — coração empresarial da capital — servirá de ponto de encontro opcional para funcionários, já que a empresa passará a adotar o modelo híbrido e, com isso, permitirá que colaboradores escolham com que frequência e em quais dias irão ao espaço.
Por trás da inauguração está também o desejo de promover mais interação, uma demanda latente no pós-pandemia. "Precisávamos de um espaço para reunir nossa comunidade, trocar ideias e estar adaptado ao novo mundo do trabalho", diz Mariana Dias, CEO da Gupy, em entrevista à EXAME.
O espaço, apelidado de "Gupy Hub" também será um coworking, espaço de trabalho compartilhado e que poderá ser usado por clientes e parceiros da Gupy, seja para trabalho ou eventos pontuais. "Queremos fomentar essa nossa comunidade com uma agenda contínua de eventos, de informações e educação", diz. Com espaço para até 250 pessoas, o escritório deve receber eventos e palestras em seu auditório e diferentes espaços de convivência.
A nova configuração de trabalho e de colaboração também incide em um novo momento para a empresa. Junto ao escritório, a Gupy também está de "cara nova": um reposicionamento de marca, lançado também nesta semana, pretende estabelecer a startup como uma plataforma completa de soluções integradas para o setor de recursos humanos. O lema, neste novo momento, é o de "impulsionar o potencial humano".
O esforço esbarra em alguns lançamentos recentes da empresa, especialmente após a aquisição de empresas como a Niduu, de educação corporativa, e a Pulses, de monitoramento de engajamento e clima. O objetivo é ir além do recrutamento e seleção, carro-chefe da empresa desde o início, para soluções que compreendam toda a jornada de colaboradores— o que inclui processos como admissão e capacitação contínua.
Até o momento, os serviços das empresas adquiridas era oferecido pela Gupy aos clientes como um serviço adicional, ainda mantendo o nome das startups. A novidade agora está na integração de tudo isso em uma única plataforma, oferecida aos RHs para o acompanhamento de diversos indicadores em uma jornada integrada.
O racional está em permitir que uma empresa tenha acesso perene aos dados de um candidato desde o recrutamento, passando por uma admissão facilitada até sua evolução no cargo ao mensurar engajamento e desempenho.
Com as integrações, a Gupy passa a ter quatro diferentes produtos. São eles:
Por trás de todas as mudanças e lançamentos está um investimento robusto em tecnologia. Capitalizada e em ritmo acelerado, a Gupy pretende investir cerca de 90 milhões de reais em tecnologia ao longo de todo o ano de 2023. A intenção é desenvolver novos produtos e permitir novas funções nos produtos que já existem. Entre elas, ampliar os recursos de gamificação na frente de educação corporativa e aprimorar o uso de inteligência artificial para acelerar processos seletivos e de admissão.
As novidades vêm no embalo do bom momento da Gupy como um todo. Enquanto grande parte das startups patina diante de turbulências que vão da redução de investimentos em venture capital à falência do Silicon Valley Bank (SVB), instituição que costumava ser a a financeira preferida das startups que captaram investimentos internacionais, a startup fundada pelas ex-Ambev Bruna Guimarães e Mariana Dias e pelos sócios Guilherme Dias e Robson Ventura segue capitalizada, crescendo e com "baixa queima de caixa", segundo a CEO.
Em 2022, a Gupy captou R$ 500 milhões com os fundos Riverwood Capital e SoftBank Latin America e, desde então, tem concentrado seus esforços em crescimento. Parte desse capital tem sido usado de maneira ativa nos últimos meses com a aquisição de empresas com soluções complementares às da Gupy.