Grupo Pão de Açúcar aprova divisão do Assaí
Com 184 lojas, o atacarejo é responsável por mais de metade do faturamento do grupo varejista no Brasil
Karin Salomão
Publicado em 4 de janeiro de 2021 às 16h45.
Última atualização em 4 de janeiro de 2021 às 19h04.
O Grupo Pão de Açúcar já começou o ano com mudanças importantes em sua composição acionária. O grupo aprovou, no último dia do ano passado, a cisão da sua subsidiária de atacarejo, Assaí, em assembleias de acionistas.
O Assaí será listado separadamente na B3, bolsa de São Paulo, e na bolsa de Nova York, NYSE. A listagem separada já foi requisitada na B3, no dia 11 de dezembro e ocorrerá após a aprovação dos órgãos reguladores. A expectativa é que isso ocorra ao final do primeiro trimestre deste ano. A empresa também já pediu para que seus American Depositary Securities (“ADSs”), ou recibos de ações, sejam listados na Nyse.
O Assaí é uma das divisões de maior receita do grupo. Nos nove primeiros meses do ano passado, até setembro, a marca foi responsável por quase 55% do faturamento do grupo, com receitas superiores a 25 bilhões de reais e crescimento de 28%.
São 184 lojas, pouco perto das 1.054 no total no Brasil, mas 761 mil metros quadrados de área de vendas, quase 39% do total.
A decisão de dividir as ações foi comunicada pela primeira vez em setembro. Na ocasião, as ações do grupo chegaram a subir quase 20% na abertura do mercado, uma vez que investidores acreditam que as duas operações podem gerar mais valor para os acionistas como ações separadas do que juntas.
Na ocasião, o Credit Suisse analisou os múltiplos entre receita e valor de mercado de concorrentes avaliou que apenas a divisão de atacarejo Assaí poderia ter valor de mercado de 17 bilhões de reais, se fossem aplicados os mesmos cálculos.
Esse é quase o valor total de mercado do GPA - atualmente em 20,12 bilhões de reais - o que significaria quase nenhum valor para a divisão do Éxito, multivarejo e outros negócios, como a startup de entrega James. Para o banco, esse valor “não é justo, na nossa visão, especialmente à luz do momento forte para a operação de varejistas alimentares no Brasil, que esperamos que continue nos próximos trimestres”.