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Grupo de certificados digitais de MG compra empresa, faz fusão e passa a valer R$ 300 milhões

A estratégia visa aumentar, já neste ano, 20% o faturamento de 2023, que foi de 100 milhões de reais

Carlos Roberto De Rolt, da Bry, e Heitor Pires, da Certifica: com fusões e aquisições, novo grupo vale 300 milhões de reais  (Grupo Certifica/Divulgação)

Carlos Roberto De Rolt, da Bry, e Heitor Pires, da Certifica: com fusões e aquisições, novo grupo vale 300 milhões de reais (Grupo Certifica/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de junho de 2024 às 07h38.

Quando ninguém podia se encontrar durante a pandemia por causa das restrições sanitárias, as empresas que precisavam contratar pessoas, fazer acordos ou usar documentos oficiais enfrentaram um desafio e tanto: como fazer assinaturas sem que os envolvidos estivessem presencialmente assinando os papéis.

A solução foi aderir a assinaturas digitais, feitas pelo computador. 

Mas há um passo além, que também ganhou força durante a pandemia: o de certificados digitais. Nele, a assinatura ganha como reforço uma identidade virtual, que confere validade jurídica e aspectos de segurança digital em transações digitais.

Uma empresa de Formiga, a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte, já estava preparada para atender essa demanda. Criada em 2013, a Certifica nasceu de um desejo do mineiro Heitor Pires de empreender. Formado em contabilidade, o mineiro percebeu, atuando como contador, que uma demanda para certificados digitais começa a surgir, para agilizar a assinatura de contratos e transações de documentos, por exemplo.

“Primeiramente eu atuei como representante de uma outra empresa vendendo certificados digitais. Mas a demanda ficou tão alta que percebi que dava para criar um negócio meu”, diz. 

Nascia assim a Certifica. Em menos de dois anos, a empresa passou a atuar também fora de Minas, mas sempre revendendo certificados. Ou seja, até aquele momento, não produzia certificados digitais em si, apenas prestava o serviço contratando uma fornecedora.

As coisas começaram a mudar em 2017. Na ocasião, a mineira fechou uma parceria com a catarinense Bry Tecnologia, que produzia a tecnologia que emitia os certificados, e juntas criaram uma joint-venture certificadora. 

Agora, a empresa dá um novo passo para a consolidação de sua operação. Ela acaba de comprar a Bry Tecnologia e se fundir com a Syngular, formando um único grande grupo, avaliado em 300 milhões de reais. 

O objetivo da criação do Grupo Certifica é ampliar a participação no mercado de certificação e assinatura digital. A estratégia visa aumentar, já neste ano, 20% o faturamento de 2023, que foi de 100 milhões de reais.

“A ideia com a aquisição é termos a capacidade, dentro da própria Certifica, de fazer o processo completo, desde vender um certificado a emitir e produzir esse certificado digital”, diz Pires.

“O mercado de certificação digital exige, além de tecnologia, expertise de varejo e infraestrutura”, afirma Carlos Roberto de Rolt, fundador da Bry. “A Bry sempre teve domínio da tecnologia, mas faltava experiência em venda via rede de varejo, algo que a Certifica já tinha de sobra”.

No mundo, o mercado de certificados digitais já movimenta 171 milhões de dólares, segundo a consultoria Grand View Research. A perspectiva é que ele cresça numa taxa de 11% ao ano até 2030.

Como será a fusão 

Apesar da fusão, as três marcas vão seguir atuando em mercados distintos. 

  • Bry: desenvolvedora de tecnologias de identificação e biometria, como assinatura, certificado digital e carimbo do tempo.
  • Certifica: distribuidora de certificados digitais
  • Syngular: empresa que checa se o certificado digital é verdadeiro

Com a formação do Grupo Certifica, as empresas somam 410 funcionários e cerca de 2 milhões de clientes. 

Ao todo, são mais de 3 bilhões de assinaturas digitais, 1,5 bilhão de carimbos, 30 milhões de dados biométricos e mais 8 milhões de certificados digitais. 

No mercado de certificação, os números representam 19% do volume de emissões no país.

“Agora, além da máquina de vendas que já tínhamos com a Certifica, temos a autoridade da Syngular e o domínio sobre a tecnologia da Bry e isso nos permite continuar evoluindo nossas soluções para que se tornem cada vez mais atraentes ao mercado”, afirma Pires.

Neste primeiro momento, Heitor Pires se mantém como CEO das empresas e do grupo, mas a ideia é que no futuro ele ocupe o comando do Grupo Certifica e que cada empresa tenha seu CEO.

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