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Greve na Boeing continua e prejuízo chega a US$ 1 bilhão por mês

O principal negociador de um sindicato disse que os membros da organização estavam preparados para um momento de impasse após negociações salariais fracassarem

As ações da empresa perderam mais de 40% de seu valor em 2024 (Samuel Corum/Getty Images)
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 08h06.

O principal negociador de um sindicato da Boeing, representando cerca de 33.000 trabalhadores que estão em greve há quase um mês, disse na quarta-feira que os membros da organização estavam preparados para esse momento de impasse após negociações salariais fracassarem.

"Estamos nisso [na greve] para o longo prazo e nossos membros entendem", disse Jon Holden em uma entrevista à Reuters.

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Ele disse que a Boeing ofereceu apenas pequenas melhorias antes de interromper as negociações na terça-feira e que o sindicato tinha um fundo robusto para apoiar o pagamento de US$ 250 por semana aos membros durante a paralisação.

Chegar a um acordo aceito é fundamental para a Boeing.A agência de classificação S&P estima que a greve está custando US$ 1 bilhão por mês e corre o risco de perder sua classificação de grau de investimento.

Mesmo antes do início da greve, em 13 de setembro, a empresa passava por um momento delicado enquanto lutava para recuperar sua imagem. No início do ano, uma explosão de uma porta em pleno voo mostrou o que a Boeing iria ter pela frente.

Com as investigações do acidente avançando, ficou comprovado que os protocolos de segurança da Boeing eram frágeis, e a empresa passou a ficar na mira das autoridades - tanto que até restringiu a produção de aeronaves.

Qual a situação do momento?

A greve dos membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) encerrou a produção dos modelos 737 MAX e 767 e 777 da Boeing, modelos que venderam muito bem.

As ações da fabricante de aviões dos EUA fecharam em queda de 3,4% na quarta-feira. As ações perderam mais de 40% de seu valor em 2024.

A Boeing disse na terça-feira que retirou sua oferta salarial à IAM após dois dias de negociações e acusou o sindicato de não considerar "de uma forma séria" suas propostas.

A fabricante de aviões fez uma oferta no mês passado que daria aos trabalhadores um aumento de 30% e restauraria um bônus de desempenho. Mas o sindicato se recusou a votar na proposta que a Boeing chamou de "melhor e final", argumentando que uma pesquisa com seus membros concluiu que não era o suficiente.

Holden disse que a Boeing ofereceu algumas melhorias relacionadas a garantias mínimas para um bônus de desempenho anual, mas não avançou nas demandas gerais por salários mais altos.O sindicato quer um aumento salarial de 40% em quatro anos e melhorias nos benefícios de aposentadoria depois que mais de 90% rejeitaram um contrato proposto que oferecia um aumento salarial de 25% no mês passado.

Enquanto não chega a um acordo, a Boeing examina opções para levantar bilhões de dólares e reforçar seu balanço. A venda de título e ações estava sendo estudada pela direção, segundo a Reuters. A empresa também introduziu licenças temporárias para milhares de funcionários.

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