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Grande aposta da Exxon no Brasil sinaliza apetite pelo pré-sal

A Exxon levou oito blocos na cobiçada Bacia de Campos, uma das mais produtivas, durante a 14ª Rodada de Licitação na quarta-feira

Exxon Mobil: ações marcaram um retorno à exploração de petróleo e gás no Brasil após uma ausência de cinco anos (Sebastien Pirlet/Reuters)
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Reuters

Publicado em 29 de setembro de 2017 às 14h39.

Rio de Janeiro/Houston - A grande aposta da Exxon Mobil na Bacia de Campos mostra sua vontade de reconstruir suas reservas e abre caminho para ofertas consideráveis ​nos leilões de outubro, voltados às ricas áreas do pré-sal brasileiro, disseram analistas.

Ao marcar um retorno à exploração de petróleo e gás no Brasil após uma ausência de cinco anos, a Exxon levou oito blocos na cobiçada Bacia de Campos, uma das mais produtivas, durante a 14ª Rodada de Licitação na quarta-feira. Seis foram levados em parceria com a Petrobras.

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O leilão, que atingiu um bônus recorde, incluiu uma oferta da Exxon e da parceira Petrobras de 2,24 bilhões de reais por um único bloco(C-M-346), a maior oferta da história em rodadas do gênero.

Isso mostrou como as companhias de petróleo que podem pagar valores significativos estão dispostas a desembolsar e desenvolver reservas de alta qualidade em lugares longínquos, apesar de os preços do petróleo terem caído pela metade em relação a 2014.

"Se alguém pode fazê-lo de um jeito que mantém os custos baixos para algo tão grande e complexo como esse, provavelmente esse alguém é a Exxon Mobil", disse Brian Youngberg, analista da Edward Jones.

Youngberg afirmou que também espera que a Exxon participe dos leilões de outubro relativos a blocos na área do pré-sal. A Exxon não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre sua potencial participação nos leilões do próximo mês.

Com um valor de mercado de cerca de 350 bilhões de dólares, a Exxon gastou muito neste ano em projetos de expansão de petróleo e gás natural para reabastecer suas reservas em queda, buscando reverter as preocupações de que estaria ficando para trás de suas concorrentes na exploração e produção.

O arremate no Brasil é um "sinal adicional da urgência da empresa em reabastecer sua base de recursos", disseram os analistas da Tudor, Pickering Holt & Co, na quinta-feira, acrescentando que o negócio da Bacia de Campos foi um sinal positivo para os leilões do pré-sal brasileiro. A oferta recorde de quarta-feira foi cerca de cinco vezes superior à mais próxima, realizada por Shell e Repsol.

A Petrobras disse que tinha expectativa de que alguns dos blocos de Campos poderiam ter também reservas de pré-sal de alto potencial.

Antes do leilão, a Exxon estava entre as poucas grandes petroleiras sem uma presença em exploração nos grandes campos offshore recentemente descobertos no Brasil.

"Para a Exxon Mobil, a falta de presença no pré-sal do Brasil foi indiscutivelmente a maior lacuna em seu portfólio, especialmente agora que a Shell ocupa uma posição dominante nesta área prolífica e de baixo 'break-even'", afirmou Horacio Cuenca, pesquisador da Wood Mackenzie, em um nota a clientes.

A Exxon abandonou os esforços de perfuração na Bacia de Santos em 2012, após resultados frustrantes.

Mas uma série de mudanças regulatórias durante o governo de Michel Temer, incluindo uma redução dos requisitos que forçaram as empresas a usarem conteúdo local de equipamentos, provavelmente levará os investidores a retornarem à maior economia da América Latina, disseram os analistas.

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